O deputado socialista por Beja, Pedro do Carmo, diz que a cultura do olival "cria emprego e fixa populações jovens e qualificadas nas regiões do interior". Durante o debate de urgência requerido pelo Partido Ecologistas "Os Verdes" (PEV) sobre as plantações de olival intensivo e superintensivo no Baixo Alentejo, Pedro do Carmo recordou que a barragem de Alqueva foi construída para criar um reservatório de água destinado a "irrigar os solos e ter as terras produtivas".
"Devemos exigir o uso eficiente de água", acrescentou o deputado, antes de criticar aqueles que pretendem "diabolizar este tipo de agricultura moderna com base em percepções": "culturas como o milho, o tomate, a vinha ou a uva de mesa, área dar apenas alguns exemplos, utilizam muito mais água do que o olival", assegurou.
Segundo Pedro do Carmo, além de potenciar o desenvolvimento económico - "o Baixo Alentejo é hoje uma das regiões do país que mais contribui para as nossas exportações" - o olival "protege muitas espécies, diferentes das do sequeiro, que continua a ser muito importante" na região.
As declarações de Pedro do Carmo surgem no mesmo sentido das do ministro da Agricultura, Capoulas Santos, segundo o qual as culturas intensivas "têm vantagens" do ponto de vista ambiental: “havendo mais plantas por hectare, há maior captação de carbono”, existe fertirrigação, ou seja, “com a rega, é feita a adubação, o que quer dizer que a adubação é descontinuada ao longo do tempo”.
O ministro da Agricultura exemplificou que, neste momento, existem no país “cerca de 200 mil hectares de cereais e 50 mil hectares de olivais no Alqueva” e que “os cereais em Portugal levam o dobro dos agroquímicos do olival, mesmo àquele que chamam intensivo e superintensivo”.
"No essencial o olival (ou o olival em sebe) não promove mais pressões ambientais do que qualquer outra cultura regada" e, pelo contrário, "é menos consumidora de água do que a generalidade" e é "apontada como uma das menos potenciadoras de impactos negativos no solo", a acrescentou.
Ainda assim, o Governo anunciou a aprovação de uma série de medidas limitadoras à extensão do olival no Alqueva, visando travar o predomínio de uma cultura em relação às restantes naquele ecossistema.
"No perímetro do Alqueva, já existem cerca de 55 mil hectares de olival, o que significa que será cerca de um terço do perímetro de rega. Entendemos que mais do que 30 por cento de uma única atividade no perímetro de rega começa a ser excessivo", disse Capoulas Santos.