Diário do Alentejo

Partidos reagem aos resultados das eleições europeias

02 de junho 2019 - 16:00

Texto Luís Godinho

 

Já são conhecidas as reacções dos principais partidos aos resultados das europeias, ganhas pelo PS no distrito de Beja, com 36,64 por cento dos votos. Os socialistas ganharam em todos os concelhos, à exceção do de Serpa. Com 25,22 por cento dos votos, a CDU foi a segunda força política mais votada, embora tenha perdido 10 pontos percentuais comparativamente com as Europeias de 2014.

 

Outro dos derrotados da noite foi o PSD. Com 8,81 por cento, os sociais-democratas ficaram atrás do Bloco de Esquerda (8,86 por cento), que passou a ser o terceiro partido mais votado no distrito. “A expectativa do PSD era a de aumentar o número de eurodeputados e subir a votação no distrito. Ambos não foram conseguidos, se bem que juntando a votação do CDS teríamos sensivelmente o mesmo resultado”, diz Gonçalo Valente, presidente da distrital social-democrata, considerando que a vitória do PS no distrito “diz-nos que uma grande parte dos baixo-alentejanos está satisfeita” com o trabalho que o Governo tem vindo a desenvolver na região. “Nós não partilhamos dessa opinião, contudo, respeitamo-la muito democraticamente. É nosso dever, assim, continuar a trabalhar pelos projetos que consideramos ser estruturantes e que acrescentem valor ao nosso território”, acrescenta.

 

Membro da Coordenadora Distrital de Beja do Bloco de Esquerda, Alberto Matos, lembra ter sido a primeira vez que o Bloco, no distrito, ultrapassou eleitoralmente o PSD. “Sendo eleições diferentes, isto significa que nas próximas legislativas o Bloco vai entrar na disputa do terceiro deputado por Beja, até agora do PSD. Com ideias e propostas concretas, como os projetos de lei já apresentados na Assembleia da República para limitar e ordenar os olivais e amendoais intensivos e superintensivos, aguardando que outros venham a jogo. O combate às alterações climáticas e por um futuro sustentável começa na nossa terra”, sublinha.

 

Para Pedro do Carmo, presidente da Federação Socialista do Baixo Alentejo, a vitória do PS no distrito “confirma a dinâmica das eleições autárquicas, o trabalho desenvolvido pelos seus eleitos na concretização de respostas para as pessoas e para os territórios”, sendo, igualmente, “a vitória do trabalho de proximidade, sustentado e orientado para dar voz ao Baixo Alentejo, com sentido de responsabilidade, senso e sentido de futuro, em Beja e em Lisboa”. O resultado obtido, refere ainda Pedro do Carmo, “reforça a nossa responsabilidade e exorta-nos a prosseguir o trabalho que temos vindo a desenvolver na defesa das nossas terras, no quadro da nossa participação no projeto europeu”.

 

O coordenador da Direção da Organização Regional de Beja (Dorbe) do PCP, João Pauzinho, reconhece uma “redução da expressão eleitoral” da CDU, mas recorda que a eleição de dois eurodeputados é idêntica à verificada entre 1999 e 2009, quando Portugal elegia mais representantes em Estrasburgo.  João Pauzinho sublinha que o resultado obtido em Beja, “com a expressa manifestação de apoio de mais de 10 mil eleitores”, constitui “uma importante base de mobilização de uma mais ampla corrente para afirmar e projetar a CDU como uma força imprescindível para dar resposta aos problemas do distrito e para inscrever a defesa dos direitos dos trabalhadores e do povo alentejano como elemento prioritário da ação na vida política regional”.

 

Luís Dargent, presidente da distrital de Beja do CDS, classifica o resultado do partido como “menos bom”, dizendo que a abstenção e o triunfo de Pedro Marques (cabeça de lista do PS) são um “susto”: “Principalmente na nossa região, como é que se pode recompensar tal personagem?”, interroga

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