As Grandes Opções do Plano (GOP) e Orçamento da Câmara de Castro Verde para o próximo ano, superior em cerca de um milhão de euros ao deste ano, foram aprovados pelo executivo municipal, com os votos favoráveis dos eleitos PS e a abstenção dos vereadores da CDU (coligação PCP/PEV).Segundo disse à “Lusa” o presidente da autarquia, António José Brito, no orçamento do próximo ano destaca-se o investimento, “já adjudicado e em curso”, na requalificação e ampliação do centro de saúde e do serviço de urgência básica, avaliado em cerca de 2,3 milhões de euros. “A ampliação da urgência, que serve vários concelhos 24 horas por dia, é muito relevante” para o território, assinalou.A conclusão das obras de construção da extensão de saúde em Casével e do Jardim dos Sentidos, em Castro Verde, também constam do orçamento, a par do avanço do projeto da creche municipal.Apesar destas empreitadas, o autarca lamentou que o orçamento municipal para o próximo ano seja, “em certa medida, afetado pela escassa ambição do Governo” na transferência de recursos financeiros para as autarquias, no âmbito do Fundo de Equilíbrio Financeiro.“Em 2026, no caso da Câmara de Castro Verde, registámos um aumento irrelevante de 2,8 por cento nas transferências do Orçamento do Estado. É, de longe, o mais baixo dos últimos 10 anos”, disse.Segundo António José Brito, em 2026, a câmara “receberá apenas mais 352 015 euros” face a este ano, “o que representa um aumento de pouco mais de 29 000 euros por mês”. “Este aumento tão fraco poderá conter a ambição da autarquia para alguns projetos”.A par disso, no quadro dos fundos comunitários, e “depois do significativo atraso na operacionalização do programa Alentejo 2030, há agora uma ‘vigilância apertada’ da autoridade de gestão, naturalmente, imposta pelo Governo, quanto à necessidade de rápida execução”. “Obviamente, por um lado, essa imposição é desafiante, mas, noutro sentido, pode limitar a concretização de investimentos porque exige muita maturidade nos projetos”, frisou, garantindo que Castro Verde “tem condições para um bom desempenho” neste âmbito.No que toca a impostos municipais, em 2026, a câmara vai manter a taxa mínima de 0,3 por cento para prédios urbanos no Imposto Municipal Sobre Imóveis (IMI), com uma majoração de 30 por cento para prédios urbanos degradados.Já no Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS), a autarquia também vai manter a participação de quatro por cento, assim como uma taxa de 0,01 por cento de derrama para as empresas do concelho com um volume de negócios anual até 150 mil euros. As GOP e orçamento vão ser votados pela assembleia municipal no próximo dia 16.