Três Perguntas a Rui Marreiros, presidente da direção do Centro de Biotecnologia Agrícola e Agroalimentar do Alentejo (Cebal)
A propósito da contratação de oito profissionais para a equipa científica do Cebal, o “Diário do Alentejo” conversou com o presidente da direção desta entidade, Rui Marreiros, a propósito do que significa este reforço da equipa para o trabalho deste centro de investigação.
Texto José Serrano
Foi, recentemente, anunciado a contratação de oito profissionais para a equipa científica do Cebal. O que significará, na prática, para a instituição, a chegada deste novo capital humano?A integração de novos recursos humanos, altamente qualificados, nomeadamente, quatro doutorados e quatro mestres, permitirá ao Cebal reforçar, significativamente, a sua capacidade científica e tecnológica, consolidando áreas já estabelecidas em domínios emergentes, como os produtos agroalimentares, tecnologias limpas, produção e sanidade vegetal e animal, bioprodutos verdes, transição digital e produção de biocombustíveis sustentáveis. Este capital humano irá acelerar a produção de novo conhecimento científico, potenciar a transferência de tecnologia e fortalecer a ligação entre a investigação e os setores produtivo e industrial. Tal traduzir-se-á numa maior capacidade de resposta a desafios concretos da região, no desenvolvimento de soluções inovadoras e sustentáveis e no aumento da competitividade científica do Cebal, nacional e internacionalmente.
No que se poderá traduzir, para as comunidades locais, este crescimento da capacidade de investigação do Cebal?O crescimento da equipa de investigação terá expectáveis benefícios económicos, sociais, culturais e ambientais para a região, representando novas oportunidades de desenvolvimento económico regional, focadas na valorização dos recursos endógenos, no desenvolvimento de cadeias de valor mais sustentáveis e na criação de produtos inovadores, com impacto direto na agricultura, na pecuária e na indústria agroalimentar. Espera-se, também, que esta estratégia de crescimento fortaleça o posicionamento da instituição como um polo de divulgação científica e tecnológica e de cooperação com os setores produtivo, académico e público, promovendo uma economia de conhecimento que potencie a incorporação da inovação e de práticas sustentáveis nas empresas e na sociedade.
É expectável que o local de trabalho destes novos investigadores seja, desde a sua chegada, o novo Centro de Valorização e Transferência de Tecnologia – Edifício Cebal, em Beja, em construção desde março de 2023?Os investigadores irão integrar a instituição de forma faseada, tendo um mestre e um doutorado já integrado a equipa Cebal em julho passado, enquanto se espera a vinda dos restantes seis elementos nos próximos meses. Um dos novos investigadores irá integrar a equipa do laboratório do Cebal de Odemira, enquanto os restantes terão como local de trabalho as instalações atuais da instituição, no campus do Instituto Politécnico de Beja, sendo esperada a sua transferência, no próximo ano, para o novo Centro de Valorização e Transferência de Tecnologia, atualmente em construção.