Cuba conta desde o início do mês com uma nova estação de tratamento de águas residuais, um investimento de 3,6 milhões, que, para além de uma maior capacidade para tratamento, dispõe de uma unidade para receção de efluentes provenientes de limpa-fossas e de uma unidade de produção de energia fotovoltaica.
Texto Nélia Pedrosa Foto Ricardo Zambujo
A nova estação de tratamento de águas residuais (ETAR) de Cuba, um investimento de 3,6 milhões de euros, dos quais cerca de dois milhões foram financiados ao abrigo do Compete 2020, já entrou em funcionamento. A obra, da responsabilidade da Águas Públicas do Alentejo (AgdA), em parceria com a Câmara Municipal de Cuba, está dimensionada “para uma carga orgânica de 4829 habitantes-equivalentes” e tem capacidade “para tratar 950 metros cúbicos de águas residuais por dia”. Localizada fora do perímetro urbano, a nova unidade recebe “a totalidade das águas residuais domésticas da vila”, substituindo a antiga ETAR, que será desativada.
O presidente da autarquia, em declarações ao “Diário do Alentejo”, refere que este investimento “representa, desde logo, em termos de saúde pública, um ganho importante”. “Em primeiro lugar, a nova ETAR terá uma maior capacidade para tratar todos os efluentes e de forma mais moderna, portanto, com maior qualidade. Por outro lado, vai permitir ainda que essa água seja para a reutilização, algo que não existia na anterior ETAR, que estava completamente obsoleta e que há vários anos praticamente já não cumpria as normas estabelecidas pela União Europeia [relativas ao tratamento das águas residuais]”, acrescenta João Português.
O autarca sublinha, ainda, que a nova ETAR dispõe de uma unidade para receção de efluentes provenientes de limpa-fossas, para além de integrar uma unidade de produção de energia fotovoltaica, com 72 kW de potência, permitindo uma redução de 40 por cento no consumo energético da rede.
De acordo com a autarquia, o processo de tratamento contempla várias fases: na fase líquida, inclui gradagem, tamisação, desarenação, desengorduramento, equalização, tratamento biológico e decantação; na fase sólida, o espessamento e desidratação de lamas; e, na fase gasosa, a desodorização através de biofiltro.
A concluir, João Português sublinha que nos “últimos dois anos” foram investidos no município de Cuba, “em tratamento de resíduos”, cerca de “15 milhões de euros”, contando, para além da nova ETAR, com “a central de valorização orgânica”, dedicada ao tratamento de biorresíduos recolhidos seletivamente, e com o “sistema [de recolha] porta a porta”.