Marta Caraça Campaniço, 16 anos, natural de Moura
Iniciou-se no eufónio (ou bombardino) aos nove anos, na Sociedade Filarmónica União Mourense “Os Amarelos”, prosseguindo os seus estudos musicais, dois anos depois, no Conservatório Regional do Baixo Alentejo – polo de Moura. Em 2021 participou no estágio de Orquestra de Sopros e Percussão de Lagoa. Em 2022 obteve o 1.º lugar no Concurso de Interpretação – Arpejo Editora e em 2023 ingressou na Escola Profissional de Artes da Covilhã, tendo-lhe sido atribuída, pela Universidade da Beira Interior, no ano letivo 2023/2024, a bolsa UBI Young Bright Star.
Marta Caraça Campaniço foi recentemente distinguida, entre mais de 350 participantes, oriundos de vários países, com o terceiro prémio no “Escalão Júnior – Categoria Metais/ Bombardino”, no 16.º Concurso Internacional de Instrumentos de Sopro de Oliveira de Azeméis, considerado um dos mais prestigiantes concursos de música do País.
Quais as características da sua audição que “rendeu” o júri deste concurso?Poderá ter sido a emoção que consegui transmitir, ou seja, a minha musicalidade e a facilidade que tenho em expressar-me, musicalmente, através do eufónio. Claro que as minhas capacidades técnicas e de afinação terão tido o seu peso, mas só isso não é suficiente para se fazer música.
Quais as peças que apresentou a concurso?Na primeira fase apresentei “Song for Ina”, de Phillipe Sparke. Na final toquei “Fantasia”, de Gordon Jacob. Ambas fazem parte do reportório obrigatório para eufónio – em algum momento todos os eufonistas acabam por as trabalhar.
Quais as características necessárias para que um músico possa chegar a um nível de excelência?Disciplina, foco e dedicação. Creio serem estas características as mais importantes para qualquer músico, com a disciplina a dever estar, sempre, em primeiro lugar. Estes três pontos são essenciais em qualquer área, mas para estudantes de música mais ainda o são, pois, para além das disciplinas do ensino regular a cumprir, temos imensas apresentações para preparar, sejam de concertos, recitais, provas de concursos. Tudo isto necessita, para ser bem gerido, de muita disciplina.
Não sendo o eufónio um instrumento de sopro tão mediático como outros, a exemplo do trompete ou do saxofone, gostaria que esta distinção permitisse, acerca deste, uma curiosidade maior?Ficaria muito feliz se esta minha distinção permitisse uma maior curiosidade, nas camadas mais jovens, sobre este instrumento fantástico. Apesar de, nos últimos anos, o eufónio ter ganho maior visibilidade no País, existindo cada vez mais pessoas a tocá-lo e a estudá-lo, apenas quem está dentro do meio musical conhece as suas características, nas quais se encontra, apesar do seu grande porte, um timbre doce e aconchegante.
Até onde chegam os horizontes dos seus sonhos relativamente à música?Não tenho horizontes e nem o céu é o limite – podemos alcançar tudo o que quisermos e construir novos sonhos, todos os dias. Quero com isto dizer que a música nos mostra que quaisquer limites são ultrapassáveis. Contudo, para podermos ir mais além nos nossos sonhos, necessitamos de todas as ferramentas que possamos adquirir ao longo do nosso percurso académico. Por isso, o meu próximo passo passa por ingressar numa boa universidade, nacional ou internacional, onde possa continuar focada no meu crescimento artístico.
José Serrano