Acordos assinados no âmbito do projeto “MessejanaDoc” juntam Misericórdia de Nossa Senhora da Assunção à Universidade de Évora (UÉ), à junta de freguesia local e à Alentejo, Terras e Gentes – Associação de Defesa e Promoção Cultural do Alentejo.
Dois protocolos foram assinados na segunda-feira, dia 4, na vila de Messejana, para “salvaguardar e valorizar” o acervo documental existente no museu etnográfico da Santa Casa da Misericórdia desta localidade do concelho de Aljustrel.
Os acordos foram assinados no âmbito do projeto “MessejanaDoc”, que junta a Misericórdia de Nossa Senhora da Assunção à Universidade de Évora (UÉ), à junta de freguesia local e à Alentejo, Terras e Gentes – Associação de Defesa e Promoção Cultural do Alentejo.
“Estes protocolos visam, sobretudo, olhar para a documentação histórica aqui existente, digitalizá-la e dar seguimento ao inventário feito já há alguns anos”, explicou à “Lusa” Florêncio Cacete, presidente da associação Alentejo, Terras e Gentes.
Segundo o responsável, também ligado ao Cidehus – Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades da UÉ, o “objetivo maior” dos protocolos “é salvar a documentação” existente no museu e iniciar o processo de transição digital do espaço, cujas instalações se encontram degradas.
Também em declarações à “Lusa”, o provedor da Misericórdia de Nossa Senhora da Assunção, Henrique Petronilho, assumiu que os protocolos assinados “são importantíssimos”.
“Esta é uma forma de preservar o que aqui está, porque a situação do edifício tem tendência a degradar-se e pelo menos esta documentação fica salvaguardada e digitalizada”, disse o dirigente alentejano.
Já a reitora da UÉ, Hermínia Vilar, frisou, na cerimónia de assinatura dos protocolos, que estes se enquadram no trabalho da instituição para “apoiar e enquadrar, tanto quanto possível, o esforço de preservação” do património da região “nas suas mais diversas vertentes”.
“Procuramos ser uma universidade para todo o Alentejo e um dos objetivos é estar sempre presente, tanto nas localidades maiores como nas mais pequenas, porque todas elas têm esse património que temos de procurar manter e preservar”, acrescentou.
Também presente na cerimónia, o responsável pelo Departamento de Património Cultural e Centro de Formação Profissional da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Mariano Cabaço, considerou que os acordos assinados foram “um ato ímpar no ‘universo’ das misericórdias”.
Mariano Cabaço anunciou ainda que, a partir de setembro, a UMP vai avançar com a inventariação do património móvel da Misericórdia de Messejana.
“Para a intervenção no edifício e musealizar todo o espólio [existente], a base é sabermos o que temos e a diversidade do espólio que aqui encontramos, que tem de ser reorganizado”, justificou.
O projeto “MessejanaDoc” vai ser dinamizado pela associação Alentejo, Terras e Gentes e pelo Cidehus da UÉ.
De acordo com Florêncio Cacete, durante os próximos meses irão estar na localidade alentejana investigadores e alunos, para proceder à digitalização da documentação, assim como ao seu enquadramento histórico e inventariação.
“Penso que daqui a um ano já teremos alguns milhares de documentos partilhados on line”, indicou o investigador, explicando que a informação ficará disponível através do projeto “Fundis” e do repositório da UÉ.
Ou seja, acrescentou, “quem quiser estudar a história da Messejana (…)algumas práticas culturais existentes aqui, conseguirá a partir de qualquer ponto do globo aceder através dessa plataforma e nunca mais esta informação se irá perder”.
“Lusa”