Diário do Alentejo

A medalha portuguesa é “das melhores do mundo”

19 de abril 2025 - 08:00
Espaço Arte – João Duarte, em Aljustrel, comemora um ano de existência

João Duarte, 72 anos, natural de Lisboa

 

Escultor e medalhista de referência, foi pioneiro de um novo estatuto para a medalha, integrando-a de uma forma definitiva no panorama das artes plásticas portuguesas. Em 2011 foi agraciado com o “J. Sanford Saltus Award”, prémio mundial atribuído pela American Numismatic Association, em 2012 criou a medalha anual do British Museum e em 2014, em reconhecimento do seu trabalho no campo da medalhística, foi-lhe atribuída, em Sófia, na Bulgária, a “Medal of Honor Medallist Honoris Causa”.

 

Assinalou-se, no passado fim de semana, através de um debate com o tema “A Arte e o 25 de Abril” e de um ateliê de medalhística, o 1.º aniversário do Espaço Arte – João Duarte, que está instalado no Centro de Documentação Local de Aljustrel.

 

Doou a Aljustrel parte do seu espólio criativo, entre esculturas, medalhas, colagens e troféus. Como classifica a sua satisfação face ao contributo que o Espaço Arte – João Duarte tem dado à divulgação da criação artística em Aljustrel?

A classificação é “excelente”, pois o espaço tem criado e desenvolvido plataformas para uma arte que convoca o encontro com as populações. Visa promover a arte contemporânea, acionando numa base coletiva a troca de informação e de experiências, a realização de exposições. Organiza workshops com as escolas e com a universidade sénior local, fixando novos públicos, e promove parcerias e projetos de intercâmbio de âmbito cultural e artístico no campo das artes visuais.

Sendo um consagrado medalhista, considera que a medalha, em Portugal, tem sido devidamente valorizada?

As medalhas que se encontram nesta coleção espelham o desenvolvimento estético e iconográfico que marcou a história da arte portuguesa, pela sua amplitude de formatos, matérias e linguagens. O Espaço Arte – João Duarte procura respeitar o objetivo fulcral da arte, que é chegar à população, e preservar este valioso registo histórico, estimulando a investigação e estudo neste património. Graças ao diálogo constante entre os artistas e as entidades com responsabilidades no campo da cultura, acredito que a nossa medalha possa ser uma das melhores do mundo e que os diversos públicos a vejam, cada vez mais, como uma obra de arte.

 

Tem-se a região manifestado inspiradora de criação, para si?

Aljustrel, através do Espaço Oficinas, tem criado uma vasta rede de parcerias com instituições e artistas ligados às artes visuais, com o objetivo de apresentar uma oferta de dinamização e formação cultural. Este dinamismo tem permitido realizar exposições, conferências, oficinas de escultura e medalhística, refletindo-se na amizade, no carinho e enaltecimento que tenho para com a população de Aljustrel, vila que já tenho dentro do coração.

 

O que mais pretende com a experiência de visitação deste espaço com o seu nome?

Sensibilizar os visitantes quanto à importância da arte e da cultura, usando o espaço como fator de desenvolvimento cultural e de inclusão social. Fazer parcerias com escolas e entidades para difusão da arte e da cultura. Promover uma ação sócio educativa valorizando o ser humano como elemento primordial no desenvolvimento e cultura. Formar uma consciência crítica, individual e coletiva e ser um instrumento socioeducativo e de lazer. Conseguir estimular e dar a conhecer o município de Aljustrel como entidade de referência cultural, no País e no estrangeiro.

 

José Serrano

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