Diário do Alentejo

Nelson Brito quer “compromisso” para a mobilidade na região

16 de fevereiro 2025 - 08:00
Triângulo Beja/Alqueva/aeroporto deve ser potenciado
Foto | Ricardo ZambujoFoto | Ricardo Zambujo

Nelson Brito, deputado e presidente da Federação Regional do Baixo Alentejo do PS, reuniu-se com o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, e defendeu “um compromisso para a região”, no que diz respeito à mobilidade rodoviária e ferroviária e ao papel do aeroporto de Beja no presente e futuro económico deste território.

 

Texto Aníbal Fernandes

 

O deputado do PS eleito por Beja, Nelson Brito, defendeu, na passada terça-feira, em reunião com Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas, a necessidade de assegurar que, para além da remodelação e electrificação da linha ferroviária entre Casa Branca e Beja, é fundamental e estruturante para a região “não deixar cair a ligação ao aeroporto e a ligação à Funcheira e, por esta via, ao Algarve”, criando uma “alternativa no interior” para o serviço de comboios na ligação ao Sul.

O também presidente da Federação Regional do Baixo Alentejo dos socialistas insistiu com o governante para a “importância” que a atividade aeronáutica representa para o triângulo Sines/Alqueva/aeroporto e lembrou que os terrenos adjacentes estão desde já considerados no Plano Diretor Municipal (PDM) como área de expansão.

Nelson Brito reconhece que ao nível da rodovia “existe um atraso estrutural que urge corrigir”, um pouco por todos os concelhos do Baixo Alentejo, em vias nacionais e regionais que são da responsabilidade da Infraestruturas de Portugal (IP), sendo a mais emblemática o IP8, cuja ligação à fronteira é fundamental. Isto sem prejuízo da conclusão da A26, lembrando que Beja e Portalegre “são as únicas capitais de distrito” sem ligação à rede de autoestradas nacional.

“A região tem pouca população, mas tem um peso cada vez maior do ponto de vista económico”, diz Nelson Brito, acrescentando que “pode ainda crescer” se contar com as infraestruturas necessárias para que isso aconteça.

 

PCP quer melhor ferrovia

 

Também o PCP considera “imperioso” a execução da obra de eletrificação e modernização da linha ferroviária entre Casa Branca e Beja, com a ligação ao aeroporto, o respetivo prolongamento até à Funcheira e o ramal de Aljustrel.

Em comunicado divulgado na terça-feira, a Direção Regional de Beja do PCP (Dorbe) critica o abandono a que o troço entre Beja e Ourique está votado, uma vez que ele “viabiliza os ramais de Aljustrel e de Neves-Corvo, que contribuem decisivamente para a viabilidade económica da Linha do Alentejo”, para além de permitirem uma ligação direta ao Algarve.

Quanto ao aviso para a candidatura a financiamento do Alentejo 2030 do troço Casa Branca/Beja, o PCP diz não “estar claro se inclui ou não a ligação ao aeroporto de Beja”, o que considera “crucial para a região”, e critica a ausência de calendário, por parte da IP, “para a realização das obras”, bem como o previsto encerramento da linha durante as obras.

A Dorbe do PCP refere que no âmbito da discussão do Orçamento do Estado para 2025, o partido apresentou “propostas concretas”, nomeadamente, para que neste ano fossem “lançados os concursos para a execução da obra de eletrificação e modernização” de toda a linha e ramais e o projeto de execução da ligação ao aeroporto de Beja.

Os comunistas propuseram, ainda, “o projeto de execução da concordância entre a Linha de Évora e a Linha do Alentejo, na zona de Viana do Alentejo, a fim de permitir o serviço ferroviário direto entre Beja, Évora, Elvas e Portalegre”.

No entanto, lembra o PCP, as suas propostas foram rejeitadas “com os votos contra do PSD e CDS e a abstenção do PS, comprovando que os partidos que nos têm governado não estão efetivamente interessados no desenvolvimento da região”.

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