A propósito da recente tomada de posse como presidente da Águas Públicas do Alentejo (AgdA) o “Diário do Alentejo” conversou com Diogo Nascimento sobre os principais objetivos da sua liderança que quer ver cumpridos a curto/médio prazo, a importância de iniciativas de educação ambiental para o uso consciente da água, bem como o tarifário cobrado pela Empresa Municipal de Água e Saneamento (EMAS), o mais caro do distrito.
Texto José Serrano
É, desde o dia 3, o novo presidente da AgdA. Quais os principais objetivos da sua liderança que quer ver cumpridos a curto/ /médio prazo?
A AgdA é responsável pela exploração e gestão dos serviços de água e saneamento relativos ao Sistema Público de Parceria Integrado de Águas do Alentejo, que abrange 20 municípios. A prestação de um serviço de qualidade, com respeito pelos aspetos essenciais de ordem social e ambiental, faz parte da missão da empresa. Pretendemos contribuir para que a gestão do sistema se faça num contexto de procura permanente da sua sustentabilidade económica, financeira e ambiental, seguindo os princípios da ecoeficiência e da responsabilidade social. No curto prazo, os objetivos são consolidar o crescimento que a AgdA tem tido nos últimos anos, otimizando a gestão e a eficiência dos vários subsistemas, com vista a, cada vez mais, oferecer um serviço de excelência à região. No médio prazo, e atendendo aos desafios que atravessamos, pretendemos desenvolver mecanismos que contribuam para a descarbonização da exploração dos sistemas, nomeadamente, ao nível da eficiência energética, hídrica, de sistemas e mobilidade.
A região tem registado, nos últimos anos, vários períodos de escassez hídrica. Como classifica a importância de iniciativas de educação ambiental para o uso consciente da água?
O Alentejo é uma região com escassez de água, sendo afetada por anos hidrológicos bastante heterogéneos. Sendo a água um recurso essencial à vida e ao nosso bem-estar é urgente poupar e reutilizar muito mais. Iniciativas de educação ambiental são fundamentais e determinantes para a sensibilização das comunidades para a utilização da água de forma responsável. Considero que temos de ser capazes de chegar a um leque alargado da população, que utiliza a água para diversos fins. As campanhas que a AgdA tem desenvolvido junto das populações constituem algumas das atividades que a empresa tem levado a cabo nesta área, junto do público em geral, mas, particularmente, junto do público escolar. Devemos alargar estas campanhas e ações, também, ao público mais sénior, atendendo à caraterização demográfica da população do Alentejo.
A DECO – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor veio, recentemente, revelar a existência no distrito de Beja de uma nítida discrepância do preço da água nos vários concelhos, sendo o tarifário cobrado pela Empresa Municipal de Água e Saneamento (EMAS) de Beja o mais caro do distrito. Considera, como presidente da AgdA, rever esta situação, repondo uma maior equidade entre concelhos?
Não compete à AgdA a definição das tarifas em baixa, pelo que essa questão deverá ser colocada às entidades que fazem a gestão da água em baixa.