Foi identificado, no concelho de Beja, um novo sítio arqueológico, representado por uma pequena plataforma rochosa, sobranceira ao rio Guadiana, que se apresenta decorada por cerca “de 22 fossetes (covinhas), muitas delas simbolicamente alinhadas de três em três”.
Dinis Cortes, responsável por esta descoberta, considera que “este tipo de arte rupestre, profundamente simbólica, poderá representar asterismos” – padrão astral – ou “apenas a marcação de territórios ou de locais”.
O médico e investigador, nas áreas da arqueologia e da biodiversidade, refere existirem, no Baixo Alentejo, algumas estações rupestres com motivos semelhantes, tais como a plataforma rochosa da Várzea Grande, em Ourique, ou a pedra gravada do Outeiro do Circo, em Mombeja [Beja]. “Estas formas de arte rupestre são cronologicamente enquadradas entre o período Neolítico, Calcolítico e o início da idade do Bronze, com datação à volta de 5000 anos”, sendo que as populações que produziram este tipo de arte rupestre terão sido “os primeiros agricultores e pastores sedentarizados na região que, posteriormente, fundiram os primeiros metais, inicialmente o cobre e, depois, outros, como ouro e bronze”.
O sítio foi visitado, no dia 18 de dezembro por uma equipa de arqueólogos, do município de Beja e da Direção Regional de Cultura do Alentejo, que validaram a descoberta, passando esta a constar no código nacional de sítios arqueológicos (CNS 42507), com a denominação de “Pedra da Foz do Gravio”.