António José Brito, presidente da Câmara Municipal de Castro Verde, garante que as “deposições irregulares” junto aos ecopontos e contentores acontecem “há algum tempo”, porém, “agora têm [tido] uma maior expressão”. Sem compreender o motivo por detrás deste comportamento “inaceitável”, sendo que existem vários serviços de recolha gratuitos, a autarquia avançará com uma queixa-crime junto do Ministério Público.
Texto | Ana Filipa Sousa de Sousa
“É uma situação com algum tempo e que persiste, ou seja, há deposições irregulares que não se justificam, não se compreendem e achamos completamente inaceitáveis. Portanto, temos de tomar outras medidas que sejam mais capazes de resolver este problema que é persistente”. É desta forma que António José Brito, presidente da Câmara Municipal de Castro Verde, justifica ao “Diário do Alentejo” a tomada de decisão do seu executivo em apresentar, “ainda nesta semana”, “uma queixa-crime no Ministério Público para que este e outros atos sejam investigados e os seus responsáveis devidamente punidos”.
Segundo o edil, a gota de água verificou-se na semana passada quando os serviços municipais se depararam com uma “deposição quase selvagem de cartões” junto a uma das zonas de ecopontos e contentores.
“Ora, isto é incompreensível, porque existem canais próprios e toda uma estrutura de resposta pública para estas situações, [mas] há uma indisciplina completa. Nós temos vindo sempre a fazer uma campanha de sensibilização junto das pessoas no sentido de [as informar] que há lugares próprios bem identificados com uma rede adequada para a deposição do lixo. A câmara tem serviços por marcação em que, quando se trata de cartões, móveis ou outros resíduos já dispensáveis, vão à casa das pessoas sem absolutamente nenhum custo para transportar para o sítio certo, [mas] a verdade é que persistem as situações deste tipo”, esclarece.
Neste momento o gabinete jurídico do município já redigiu o “relatório do sucedido” e António José Brito autorizou, por despacho, que o mesmo avance como queixa-crime para o Ministério Público “ainda nesta semana”. O intuito, como esclarece, é que “seja investigado o problema” e “detetado o responsável” para que este seja “penalizado”.
“Condenamos a indisciplina [e] não [a] aceitamos e, portanto, temos de seguir por outras vias, porque as pessoas precisam de perceber que uma comunidade exige a convivência e a responsabilidade de todos. Não temos identificado quem foi o autor, mas, por isso mesmo, é que vamos apresentar esta queixa, porque isto não pode persistir. Nós sabemos bem que a situação não é simples e que tenderá sempre a existir, mas não podemos ficar de braços cruzados à espera que continuem [estes atos] sem haver uma resolução”, conclui.