Começa hoje, 30 de agosto, e termina no próximo domingo, dia 1 de setembro, em Beja, a 17.ª edição das Palavras Andarilhas. Esta celebração da palavra e dos guardadores e divulgadores da tradição oral é organizada desde 1999, tendo passado a bienal em 2002. É um “evento diferenciador e o maior do género que se realiza no Sul do País”, diz Paulo Arsénio.
Texto | Aníbal Fernandes
De dois em dois anos, Beja é invadida pelas histórias e os seus contadores. Trata-se das Palavras Andarilhas, um festival organizado pela Biblioteca Municipal de Beja José Saramago, em colaboração com várias associações, que transforma o Jardim Público na cidade dos contos.Mas nem só da palavra contada vive o certame que se destina a públicos de várias idades: conferências, espectáculos, visitas guiadas, mercado livreiro e “mercadilho”, são algumas das actividades disponíveis e de acesso gratuito.
Para o presidente da Câmara Municipal de Beja, este evento é “diferenciador e único no Sul do País” e já está “enraizado na tradição bejense”. “Esta iniciativa mobiliza, durante três dias, um enorme número de pessoas e associações e contribui para – neste tempo em que as redes sociais têm um enorme peso – não deixar morrer e recuperar a forma tradicional de passar os contos de geração em geração”.
Ontem, o evento deu o pontapé de saída com a inauguração de duas exposições. “Jardim Forbel – abro um livro antigo”, de Sofia Paulino, está patente na biblioteca municipal, cujo “título está ligado ao antigo nome do Jardim Público de Beja, enquanto o subtítulo nos faz viajar até ao tempo antigo das lendas e histórias, contadas à lareira, da nossa infância”; e “A seguir veio a chuva bretã…”, no centro Unesco, do ilustrador Alain Corbel que explica que quando tem “oportunidade de ilustrar um texto, ou uma capa, ou simplesmente quando desenho lá fora, estou sempre à procura de paisagens. Não importa se são reais ou não. O ideal é que agradem aos olhos e convidem o visitante”, para um “bom passeio”.
Hoje, às 10:00 horas, o programa começa com uma visita guiada pela mão e conhecimento de Dinis Cortes, à “Avifauna e ecossistemas urbanos”, no Jardim Público. Uma hora depois, no coreto, Ana Griott (Espanha), António Mota e José Craveiro (Portugal) falarão sobre “a importância da natureza nos contos”. Ainda hoje, às 17:30 horas, na biblioteca municipal, será inaugurada uma exposição que celebra os 45 anos de obra literária de Alice Vieira. No entanto, o programa é vasto e pode ser consultado, na íntegra, em palavrasandarilhas.pt/programa/.
Oficinas Paralelamente às várias iniciativas de acesso livre, as Palavras Andarilhas apresentam um conjunto de oficinas “para os interessados nas questões da mediação de leitura e da escrita, na dinamização de histórias e da leitura em voz alta e na utilização dos contos para mediar a leitura”. Estas sessões necessitam de inscrição na bilheteira on line e têm um custo associado que vai de 25 a 45 euros de acordo com o número de sessões em que se pretenda participar.
Os monitores que irão dinamizar as oficinas são Alain Corbel, Cláudia Fonseca, Margarida Botelho. Marina Palácio, Pep Bruno, Vítor Encarnação, Isabel Fernandes Pinto, Paula Cusati, Ana Sofia Paiva, Pep Duran, Adriana Ciccaglione, Ana Griott, Ângela Ribeiro e Benita Prieto.