Diário do Alentejo

Obra de Arlindo Caldeira “poderia ser abordada nas escolas da região”

17 de agosto 2024 - 08:00
Mário Fialho de Almeida apresenta livro sobre escritor de Santo Aleixo da Restauração

Mário Fialho de Almeida, 60 anos, natural de Santo Aleixo da Restauração, Moura

 

É licenciado em História pela Universidade Lusíada. Professor das disciplinas de português e história e geografia de Portugal, no Agrupamento de Escolas Professor Francisco Honrado Pereira (Amareleja), onde é coordenador do departamento de Ciências Sociais e Humanas. Ao longo da sua carreira profissional tem desempenhado vários cargos ligados à administração e gestão escolar. Em 2015 publicou o livro Cadernos de Campo – Apontamentos sobre Caça e Conservação da Natureza. 

 

Texto | José Serrano

 

O livro Arlindo da Silva Caldeira – o Humanista, da autoria de Mário Fialho de Almeida, cuja edição contou com o apoio da Câmara Municipal de Moura, vai ser apresentado no próximo dia 21, quarta-feira, às 21:30 horas, na igreja Paroquial de Santo Aleixo da Restauração.

Como nos apresenta o protagonista desta biografia?Arlindo da Silva Caldeira nasceu em 1913, na aldeia de Santo Aleixo da Restauração, Moura. Filho de João Caldeira Maior, comerciante e seareiro de profissão, e de Engrácia Maria da Silva Caldeira, professora do ensino primário. Profissionalmente, seguiu as pisadas do pai. Era uma pessoa simples, inteligente, generosa, discreta, gentil, que sempre cativou a simpatia e amizade de pessoas de todos os estratos sociais, granjeando um infindável grupo de amigos e admiradores que sempre reconheceram o seu mérito, podendo as gerações posteriores vir a aprender muito com o seu legado. Faleceu em 2003.

Quais as qualidades do homem e do escritor que o incitaram a escrever esta obra?Arlindo Caldeira sempre foi uma pessoa interessantíssima, porque conciliava a erudição, a inteligência e a generosidade. A sua escrita possui riqueza lexical e os recursos estilísticos que utilizou só estão ao alcance de uma pessoa que domina a língua materna de forma exemplar. Mas tem uma competência fundamental na comunicação que é a de conseguir chegar ao leitor de forma simples e compreensível. A sua forma de escrever é uma maneira libertadora do seu “eu”, como homem de atitude construtiva e ação. E é um pensador, que refletiu sobre os problemas da sociedade que o rodeavam, procurando a realização dos ideais da justiça e do bem.

De que forma se documentou para a conclusão deste registo biográfico?Reli a sua obra maior – O Descampado. Consultei registos, dispersos por bibliotecas públicas, outros livros, em que se faz alusão à sua pessoa e obra, e os arquivos da Junta de Freguesia de Santo Aleixo da Restauração.

Crê que a obra literária de Arlindo da Silva Caldeira se encontra devidamente considerada? A sua obra literária centra-se, sobretudo, na sua terra natal e no Alentejo. Em meados do século XX, escreveu incessantemente, quer em prosa ou poesia, participando em diversos concursos literários, o que lhe permitiu que a sua obra fosse mais conhecida. Sendo certo que a mesma não está negligenciada, merecia que fosse mais conhecida para lá do concelho de Moura. Mesmo fora do currículo escolar obrigatório, penso que a sua obra poderia ser abordada nas escolas da região.

Quais os objetivos que gostaria que este livro cumprisse?O objetivo começa a estar cumprido, uma vez que, pelo facto de se saber que o livro vai ser publicado, se voltou a falar em Arlindo Caldeira e a relembrar as suas qualidades pessoais, humanas e literárias. Muitas pessoas já mostram vontade em adquirir o livro, que virá a enriquecer o espólio de muitas bibliotecas, onde os seus utentes o poderão consultar e, assim, perpetuar a sua obra. 

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