Diário do Alentejo

“Tentamos defender as nossas tradições”

01 de junho 2025 - 08:00
Grupo musical Almasul tem novo trabalho discográfico

O grupo Instrumental Almasul é um grupo de música popular e tradicional alentejana, que tem como propósito divulgar a cultura e o cante alentejano. Atualmente, é composto por cinco elementos, todos amadores, embora com formação musical, fazendo-se acompanhar as vozes por violas, acordeão e instrumentos de percussão.

 

Os Almasul acabam de lançar o seu segundo álbum, intitulado “As Moças da Minha Aldeia”, composto por 13 temas, a maioria inéditos, de cariz popular.

 

Como nos apresentam este novo trabalho, o segundo, dos Almasul?

Antes de mais, deu-nos um enorme prazer elaborar este trabalho. Já tínhamos ganho alguma experiência de gravação com o nosso primeiro disco – “Linda Vila de Beringel” – e trabalhar neste segundo disco tornou-se, assim, mais fácil. Podemos dizer que este é um álbum cheio de músicas alegres, que transportam a essência do cante tradicional alentejano.

 

São canções tradicionais adaptadas ou originais?

Salvo duas músicas, que são do cancioneiro regional, este é um CD praticamente feito de originais, criados, letra e música, por um dos nossos elementos, o acordeonista António Bexiga. Os temas são por ele apresentados ao grupo e posteriormente trabalhados por todos, até chegarem ao resultado final. As nossas músicas são alegres e cremos que “ficam no ouvido” das pessoas, podendo-se dançá-las, se as pessoas assim o entenderem.

 

Consideram a vossa música “cante alentejano” ou, pelo facto de utilizarem instrumentos a acompanhar as vozes, incluem-na em outra definição?

Acima de tudo, nós tentamos defender as nossas tradições, ou seja, o cante alentejano, que não deixa de o ser por estar acompanhado de instrumentos musicais, que complementam as vozes e embelezam as cantigas.

 

Como classificam a importância dos grupos instrumentais populares da região na preservação do cante coral alentejano, inscrito, pela Unesco, como Património Cultural Imaterial da Humanidade?

Este é um reconhecimento, muito importante, da nossa cultura. Por isso, é preciso continuar a preservar a nossa identidade e as nossas raízes, mantendo aquilo que de melhor o Alentejo tem – as suas músicas e os seus intérpretes.

 

O que mais anseiam que este disco possa proporcionar ao público nas vossas atuações ao vivo?

Que proporcione boa disposição e alegria, para que quando estas músicas se ouçam na rádio ou na televisão sejam facilmente identificáveis como sendo músicas dos Almasul.

 

Onde gostariam de atuar, de tocar este disco ao vivo?

Já temos espetáculos marcados até outubro e temos tido o privilégio de tocar em sítios lindíssimos, para públicos espetaculares. Contudo, ainda não fomos além-fronteiras, onde gostaríamos imenso de atuar para os nossos emigrantes.

José Serrano

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