Diário do Alentejo

Expandcourage vai ter abrigo para animais

12 de julho 2024 - 08:00
Associação de Intervenção e Ajuda a Animais no Distrito de Beja apela à doação de materiais de construção
Foto | Ricardo ZambujoFoto | Ricardo Zambujo

Cinco anos depois de ter sido criada, a Expandcourage – Associação de Intervenção e Ajuda a Animais no Distrito de Beja vai passar a dispor de um abrigo para animais de grande e pequeno porte.

 

Texto Nélia Pedrosa

 

A Expandcourage – Associa-ção de Intervenção e Ajuda a Animais no Distrito de Beja, criada há cinco anos em Ferreira do Alentejo, vai construir um abrigo para animais de grande e pequeno porte resgatados em situação de negligência e maus-tratos, num terreno de oito hectares cedido por um particular. Segundo o presidente da associação, o abrigo – um projeto há muito aguardado – destina-se a “animais de companhia, cães e gatos, e animais de pecuária, como cavalos”.

Para já, sublinha André Ventura ao “Diário do Alentejo”, irão avançar com a substituição das vedações antigas existentes no terreno e “cimentar um casão”, de modo a acolher “os canídeos” que se encontram em famílias de acolhimento temporário (FAT), cerca de uma dezena, porque “é o mais urgente”. Para tal, a associação está a tentar obter, junto de empresas, doações de materiais de construção, e apela, ainda, “à ajuda de voluntários para, juntos, iniciarem este projeto de bem-estar animal”.

“Vamos fazer isto faseado. A área é bastante grande, por isso não vamos conseguir vedar todo o terreno do dia para a noite”, sublinha o responsável, adiantando que, posteriormente, pretendem criar “algumas boxes”. “A área onde os canídeos vão ficar tem cerca de três hectares. Vai ser uma área bastante boa. A nossa ideia é que os animais não estejam 24 horas sobre 24 presos em boxes. Queremos que estejam socializando uns com os outros, ou seja, é um pouco diferente do que é habitual no Alentejo, nas associações, em que os animais estão em boxes diariamente ou só saem durante x tempo”, esclarece. É intenção da associação, igualmente, construir dois gatis, para permitir separar os gatos com doenças contagiosas “dos que estejam bem de saúde”, assim como um espaço “para animais de grande porte, nomeadamente, cavalos”, até porque, lembra André Ventura, a Expandcourage “é a única associação, na região, que abrange outros animais”, para além dos de companhia.

De acordo o responsável, o local exato da propriedade não é revelado “para não se correr o risco” de haver um “crescimento de abandono de animais nas proximidades” e para “salvaguardar os animais que lá estão”.

André Ventura admite que a inexistência, até ao momento, de um abrigo tem criado algumas limitações à associação ao nível da sua divulgação, pelo que espera que a partir de agora, “tendo um espaço físico”, as pessoas fiquem mais despertas “para o projeto e para a causa”. “Tirando as feiras ou as campanhas que são feitas pela Animalife [associação portuguesa sem fins lucrativos de apoio social-animal], ou uma situação pontual que ocorra na via pública, as pessoas não têm muito contacto connosco”, refere, salientando que “se anteriormente se verificava um maior abandono de animais de companhia nas alturas de férias e festas”, atualmente “é algo que vai acontecendo ao longo do ano”. “Ainda não percebemos bem o porquê [desse abandono]. [Continuam a surgir] também as chamadas ninhadas caseiras. As pessoas não esterilizam os animais. Devia haver, por parte das câmaras, campanhas de sensibilização para a esterilização”, conclui.

Comentários