Diário do Alentejo

Avaliação interna à Cruz Vermelha de Beja “ainda a decorrer”

30 de junho 2024 - 08:00
Em causa está a apreciação das valências e do “apoio de tesouraria que seja necessário”
Foto | Ricardo ZambujoFoto | Ricardo Zambujo

Contactada na terça-feira pelo “Diário do Alentejo” (“DA”), a direção da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) adiantou que a avaliação interna à sua delegação de Beja, iniciada no passado dia 17, “ainda está a decorrer”, não avançando com mais pormenores.

O presidente da instituição, António Saraiva, em declarações à “Lusa” na semana passada, frisou que a avaliação está a ser realizada “por uma equipa polivalente”, criada pela CVP, para avaliar “as delegações mais problemáticas, seja em termos da sua situação financeira, seja em termos das valências que desenvolvem”. O responsável explicou que se trata de “um grupo de trabalho interno que vai às delegações fazer um levantamento da situação e ver margens de melhoria”, acrescentando que esta equipa já passou pela delegação de Faro e vai ainda avaliar outras delegações no centro e norte do País.

António Saraiva disse, ainda, que o trabalho em curso visa fazer uma “avaliação das valências que se podem aumentar, daquelas que se podem mudar e do apoio de tesouraria que seja necessário”. “[A avaliação em] Beja vem juntar-se a outras que estão a ser realizadas. Estamos a fazer a ‘radiografia’ para, de acordo com a mesma, vermos como se deve tratar melhor o ‘doente’”, reforçou o presidente.Esta avaliação interna à delegação de Beja surge após a CVP ter anunciado, em abril, que as suas duas estruturas residenciais para pessoas idosas (Erpi) localizadas no centro histórico da cidade – as casas de repouso Henry Dunant e José António Marques – irão fechar até ao dia 31 de julho.

“A decisão de fechar os lares é porque aquilo não tinha o mínimo de condições […] para ter 60 pessoas naquelas casas. Corríamos o perigo de ali acontecer um desastre”, reiterou António Saraiva à “Lusa”.Questionado se o encerramento da delegação de Beja, que além dos dois lares conta com serviços de apoio domiciliário, de socorro e de emergência e de saúde, é também uma possibilidade, o presidente da instituição disse que “não”. “Não vamos abandonar as outras valências”, afiançou, referindo que, “desde o princípio”, têm existido conversações com a câmara municipal e com a Santa Casa da Misericórdia de Beja para, “em parceria, aumentar as valências e aproveitar ao máximo as pessoas”.

Recorde-se que o fecho das duas Erpi na cidade motivou a realização de um protesto, no início deste mês, promovido pelo Movimento para a Salvaguarda dos Utentes, Famílias e Trabalhadores dos Lares da Cruz Vermelha de Beja, que juntou cerca de duas dezenas de funcionários e familiares. Para além do encerramento, os funcionários e familiares, em declarações prestadas então ao “DA”, contestavam a “pouca informação” disponibilizada pela instituição. Aquando do protesto, a Casa de Repouso Henry Dunant era o único lar da CVP ainda aberto, uma vez que a Casa de Repouso José António Marques tinha fechado na semana anterior.

No mesmo dia do protesto, em comunicado enviado ao “DA”, a CVP afirmava que, desde o anúncio do encerramento das duas Erpi, “tem-se empenhado ativamente na procura de uma solução para a recolocação de todos os utentes” – 33 à época do protesto – e que já tinha comunicado “a impossibilidade de recolocar os funcionários afetos a estas Erpi noutras respostas da instituição”. Ainda relativamente aos funcionários, referia, também, que estava “a efetuar contactos com grandes empregadores da região, com o intuito de encontrar soluções profissionais para o maior número de trabalhadores”.

“DA” com “Lusa”

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