Para além do Partido Socialista, da Coligação Democrática Unitária (PCP e PEV) e da Aliança Democrática (PSD, CDS-PP e PPM), o “Diário do Alentejo” quis saber quais as ideias e propostas dos restantes 11 partidos (PCTP/MRPP e Ergue-te não responderam às questões) que compõem as candidaturas às eleições Legislativas de 10 março pelo círculo eleitoral de Beja para a região.
Iris Lá Féria – Volt Portugal
26 anos. Insurance administrator. Natural de Serpa. Residente em Serpa
Quais são as três grandes prioridades do seu partido para o distrito de Beja?
A prioridade é clara: devolver a vida a Beja. Os principais desafios que o nosso distrito enfrenta são: infraestruturas, emprego e saúde. O que estas questões têm em comum é a falta de investimento por parte do Estado, e aquilo em que resulta: o crescente despovoamento do distrito. Temos de investir numa ferrovia eletrificada, de alta velocidade, que garanta a ligação entre capitais de distrito, bem como a reativação de alguns ramais para facilitar a mobilidade dentro do próprio distrito. Precisamos de uma requalificação do IP8, de Sines a Vila Verde de Ficalho, para garantir que as estradas têm a mesma qualidade e segurança do IP2. Precisamos do aeroporto de Beja em funcionamento, para criar postos de trabalho e, em conjunto com a extensão da ferrovia e da autoestrada até ao aeroporto, contribuir para o crescimento do turismo na região. Para combatermos o abandono e o despovoamento, e para impulsionarmos a nossa economia, é essencial investir no trabalho remoto para garantir que os jovens possam permanecer no distrito sem terem de abdicar dos seus objetivos profissionais e investir na fixação de empresas e indústrias que criem postos de trabalho e atraiam maior investimento, nacional e estrangeiro, para o distrito. Temos de investir na saúde, desde a ampliação do hospital de Beja ao investimento na fixação de médicos, enfermeiros e técnicos, ao aumento da remuneração e valorização das carreiras dos profissionais de saúde. Só deste modo os cidadãos terão acesso ao direito da saúde que é um dos pilares da nossa sociedade, e deve ser valorizado como tal.
O distrito tem vindo a perder eleitores, elege apenas três deputados e a abstenção continua acima dos 40 por cento. Como é que se poderá “dar peso” à região junto dos poderes de decisão?
Neste ano vimos já um distrito a perder um deputado devido à perda de eleitores. Este é um perigo que também Beja corre, devido à falta de investimento, que leva ao despovoamento. As soluções são as já mencionadas, que garantiriam a fixação de pessoas na região, e combateriam essa perda de habitantes e de eleitores. O Volt defende ainda a regionalização, com um mapa de regiões elaborado e votado por assembleias de cidadãos – a ser elaborado antes do referendo –, para garantir que temos uma maior representação no parlamento, e que as questões que lá são apresentadas são as prioritárias, e a revisão do próprio sistema eleitoral e criação de um círculo de compensação como já existe nos Açores, para assegurar que não há votos desperdiçados.
O que será um bom resultado, no círculo de Beja, para o seu partido, nas Legislativas de 10 de março?
Considerando a situação política atual, e também o desafio que é um partido pequeno conquistar votos, para além de o Volt ainda ser relativamente desconhecido na nossa região, consideramos que um resultado positivo para as Legislativas de 10 de março seria obtermos entre os 250 e os 400 votos. A maior prioridade é apresentar à população do distrito de Beja uma alternativa real ao bipartidarismo e às promessas vazias, e mostrar que existe um partido que a envolve na criação das soluções e apresenta medidas reais, possíveis, baseadas em boas práticas e bom senso, e que a coloca em primeiro lugar, à frente de quaisquer ideologias ou partidarismos.