Para além do Partido Socialista, da Coligação Democrática Unitária (PCP e PEV) e da Aliança Democrática (PSD, CDS-PP e PPM), o “Diário do Alentejo” quis saber quais as ideias e propostas dos restantes 11 partidos (PCTP/MRPP e Ergue-te não responderam às questões) que compõem as candidaturas às eleições Legislativas de 10 março pelo círculo eleitoral de Beja para a região.
Fausto Camacho Fialho – Livre
28 anos. Estudante de doutoramento. Natural de Odemira. Residente em Odemira
Quais são as três grandes prioridades do seu partido para o distrito de Beja?
Reforçar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), valorizando as carreiras profissionais e reabilitando as suas infraestruturas. Fomentar os cuidados de proximidade e promover a saúde mental será uma mais-valia para as populações e para o sistema de saúde. Temos medidas para atrair e fixar mais profissionais, como bonificações salariais e a revisão do regime de dedicação plena, mas temos, também, uma aposta em todo o resto da vida de um profissional de saúde, desde o reforço da habitação acessível à inclusão de creches na escola pública; investir nas acessibilidades, fundamental para o desenvolvimento socioeconómico do distrito. A eletrificação da rede ferroviária, modernizando-a e expandindo-a, deve ser uma prioridade – a eletrificação do troço Casa Branca-Beja tem de avançar. Urge ligar Beja a outras capitais de distrito, reativar a linha do Alentejo, para ligar o litoral ao interior e criar uma ligação do distrito a Espanha. Aumentar o salário mínimo para os 1150 euros, até ao fim da legislatura, convergir as pensões com o salário mínimo, aumentar as prestações sociais e reduzir os impostos sobre os rendimentos do trabalho.
O distrito tem vindo a perder eleitores, elege apenas três deputados e a abstenção continua acima dos 40 por cento. Como é que se poderá “dar peso” à região junto dos poderes de decisão?
A regionalização tem de avançar. Defendemos que se realize o referendo – um imperativo constitucional – em 2026, após um amplo debate que terá de dar às pessoas o contexto para uma decisão informada. O processo de descentralização de competências deve ser acompanhado de orçamento e meios técnicos suficientes, para que seja feito de forma justa e mais equitativa. Queremos, também, reformular o sistema eleitoral, revendo a distribuição de deputados pelos diferentes círculos eleitorais e criando um círculo nacional de compensação, que corrija a situação insustentável a que assistimos, no que toca ao real poder de um voto em diferentes círculos. Acreditamos que se deve facilitar o acesso às “Iniciativas Legislativas Cidadãs” e preparar o caminho para a criação de assembleias cidadãs.
O que será um bom resultado, no círculo de Beja, para o seu partido, nas Legislativas de 10 de março?
Votar no Livre permite reforçar a presença dos interesses do nosso distrito na Assembleia da República, garantindo uma maioria de esquerda, evitando maiorias absolutas e afastando do poder a extrema-direita. Só a afirmação dos valores e ideias do Livre no distrito, trazendo para a discussão pública os temas que nos são essenciais, é, desde logo, um resultado positivo. Mas em democracia cada voto conta. Estamos a construir uma relação de confiança com os eleitores e acreditamos que é possível aumentar a votação e, talvez, eleger.