A remoção dos sedimentos na albufeira de Monte da Rocha tem como objetivo “prevenir a degradação da qualidade da água”. A intervenção terá a duração de uma semana, durante este mês de dezembro, e está orçada em cerca de 34 mil euros.
Texto | Aníbal Fernandes
O nível de armazenamento total da albufeira de Monte da Rocha, no concelho de Ourique, há muito que se encontra abaixo dos 10 por cento – em novembro registava oito por cento – em virtude do período de seca prolongada que afeta a região.
De acordo com o caderno de encargos, com data de setembro deste ano, disponibilizado no Portal Base dos contratos públicos, o contrato assinado entre a Águas do Alentejo (AgdA) e a empresa BioSmart tem como objetivo remover os sedimentos que “provêm de descargas de tratamento de água para abastecimento associados a descarga de lamas da antiga Estação de Tratamento de Água (ETA) de Monte da Rocha, e que se acumularam no local”.
Os sedimentos, apesar de estarem na área de inundação da albufeira, têm estado a descoberto, “uma vez que os níveis da albufeira se encontram muito baixos”, e, aproveitando esse cenário, a execução deste trabalho destina-se a prevenir a degradação da qualidade da água que ainda ali existe.
Esta intervenção conta com o apoio do Programa Compete 2020 e “está inserida nas medidas de transição climática, relativas à reabilitação da rede hidrográfica, no âmbito das intervenções integradas multissectoriais em albufeiras com origem de água para abastecimento público”.
A ETA de Monte da Rocha, que se localiza na margem direita da albufeira, foi ampliada e remodelada em 2015. No entanto, antes da remodelação, “ocorreram situações pontuais de descargas de lamas de tratamento para a albufeira, provenientes do espessador”, com origem em “problemas operacionais”.
Os sedimentos, “potencialmente contaminados com alumínio”, serão agora retirados através de meios mecânicos e “levados para um destino final adequado”. Os trabalhos decorrerão numa área de cerca 500 metros quadrados, de onde deverão ser retirados cerca de 50 metros cúbicos de sedimentos, com um peso de 125 toneladas.
O contrato prevê, ainda, “a recolha de resíduos a caracterizar analiticamente e respetivo acondicionamento e transporte até ao laboratório”, de forma a serem realizados ensaios “para efeitos de determinação da admissibilidade dos resíduos em aterro”.