A propósito da XIV Feira da Caça de Mértola, que decorreu na vila entre os dias 20 e 22, o “Diário do Alentejo” conversou com o presidente da câmara do município, Mário Tomé, sobre o balanço desta edição e a importância que a atividade cinegética continua a representar para os territórios do interior alentejano, nomeadamente, para Mértola.
Texto | José Serrano
Decorreu, entre os dias 20 e 22, a XIV Feira da Caça de Mértola. Que balanço faz desta iniciativa?
Um balanço extremamente positivo. Quer no número de visitantes, quer no número de participantes nas várias atividades, englobadas na feira. Só nas atividades cinegéticas foram perto de duas mil pessoas que participaram nas montarias, largadas, demonstrações, entre tantas outras práticas, que se revelaram um sucesso. Embora ainda não tenhamos os números finais, estimamos que ao longo dos três dias de feira tenham passado pelo Pavilhão Multiusos Expo Mértola cerca de 25 mil visitantes. Ora, com estes números, só podemos estar bastante contentes com a XIV Feira da Caça, mesmo com o contratempo climatério, na tarde de domingo, que nos levou a alterar o programa.
Reflete a adesão ao certame a saúde do setor da caça ou verifica que existe, no mesmo, alguma debilidade?
Bem, nenhum setor está imune a questões complexas, de difícil resolução, e o setor cinegético também sofre de problemáticas, muito bem identificadas, como as doenças que afetam algumas espécies cinegéticas. É com o objetivo de combater estas problemáticas que a Câmara Municipal de Mértola investe no setor da caça, de forma a honrar uma marca importante: “Mértola Capital Nacional da Caça”. Exemplo claro disso é o projeto estratégico para a recuperação da lebre-ibérica e do coelho-bravo, que está em execução na Zona de Caça Municipal de Mértola. Contudo, tenho de referir, também, que esta forte adesão demonstra a vivacidade do setor e o interesse existente na prática cinegética, o que nos deixa, claramente, bastante satisfeitos.
Qual a importância que a atividade cinegética continua a representar para os territórios do interior alentejano, nomeadamente, para Mértola?
É de extrema importância! Para além de pertencer à matriz identitária do concelho, tem um impacto muito significativo em toda a economia da região. É um setor que, para além da vertente económica direta, relacionada com o produto oferecido pelas zonas de caça turísticas e ao emprego que se associa, beneficia outros ramos económicos do concelho, como a restauração e hotelaria, que sentem o fluxo existente durante a época venatória, compensando, até, a diminuição do usual fluxo turístico sazonal. Esta aposta pode complementar outras valências existentes no território, portanto, a valorização deste setor é algo que queremos promover, fomentar e preservar. É exatamente isso que fazemos, todos os anos, com a organização da Feira da Caça de Mértola.