Diário do Alentejo

“Foram 25 anos de uma vida muito intensa”

27 de agosto 2023 - 14:00
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Responsável pelo cantarolar das músicas “As Meninas da Ribeira do Sado”, “A Mula da Cooperativa”, “Canta a Rola Pia o Cuco” ou “A Velha Com Qu’ê Casi”, o grupo de música popular de raiz tradicional Adiafa assinala o seu 25.º aniversário.

 

Do percurso de “uma vida”, que começou com José Emídio e Paulo Colaço, a banda recorda a nomeação para os Globos de Ouro da “SIC”, em 2003, nas categorias de melhor música e melhor banda, a certificação como Disco de Platina do seu primeiro álbum e a atribuição da medalha de mérito da cidade de Beja, em 2004.

 

José Emídio, Bernardo Emídio, Rúben Lameira, Luís Caracinha e Carlos Rosa são os atuais integrantes dos Adiafa. Em tempos, também os músicos Paulo Colaço, Emídio Zarcos, Manuel Bexiga, Joaquim Simões, Luís Espinho, António Santos e João Paulo Sousa ajudaram a escrever a história do grupo.

 

Texto Ana Filipa Sousa de Sousa

 

O que representam estes 25 anos dos Adiafa?

Os 25 anos do grupo representam muito trabalho, muita estrada, muitos palcos, muitas alegrias, mas também alguns momentos mais tristes. Neste tempo, aprendemos muita coisa, conhecemos muitos lugares e pessoas, principalmente, músicos que para nós eram e são ídolos. Foram 25 anos de uma vida muito intensa.

 

“As Meninas da Ribeira do Sado” foi um dos singles que lançou os Adiafa até às luzes da ribalta, tendo, inclusive, proporcionado uma nomeação para os Globos de Ouros, em 2003. Volvidas mais de duas décadas, o que é que a moda ainda significa para o grupo?

Foi um tema que nos catapultou para o sucesso. Já passaram 25 anos e “As meninas da Ribeira do Sado” ainda continuam meninas, porque nós continuamos a cantá-las nos espetáculos. Às vezes até fazemos a brincadeira de acabar o espetáculo e não a cantarmos no alinhamento principal, mas depois, é claro, que no encore temos de cantar. Já fizemos duas versões alterando os arranjos e a letra, porque temos de estar sempre a inová-las. Elas são sempre jovens no nosso imaginário e [temos] o maior respeito pelas “Meninas da Ribeira do Sado”.

 

Ao longo do tempo passaram pelos Adiafa diversas personalidades da música da região. Podemos dizer que o grupo é também um pouco da vida, das histórias e dos momentos, bons e menos bons, daqueles que por ele passaram?

O grupo Adiafa é quase uma instituição. Se formos contabilizar os músicos que por cá passaram são muitos mesmo e são várias as razões que nos levaram a incluir músicos novos. A nossa sonoridade está sempre a ser alterada e, então, precisamos de sangue novo, de gente nova, de outros sons e de outros instrumentos, daí a razão de estarmos a mudar constantemente a formação. Antigamente as pessoas que faziam parte das adiafas, que acabavam os trabalhos e iam comer, beber e divertir-se, não eram sempre as mesmas todos os anos e, então, os Adiafa também não podem ser sempre formados com as mesmas pessoas.

 

O que têm estado a preparar para comemorar esta data redonda?

Vinte e cinco anos não são para todos. Para comemorar esta data lançámos um CD nas plataformas digitais, temos feito vários concertos pelo País e vamos apresentar-nos na nossa cidade, em Beja, no dia 23 de setembro. Entretanto, o ano das comemorações já vai longo e nós já estamos a preparar mais um disco para brindarmos as pessoas com mais um trabalho, desta vez mais para o fim do ano, com músicas de Natal, de Ano Novo, dos Reis e das Janeiras. Este é o ano em que fazemos 25 anos e, por isso, achamos nós, temos também de apresentar mais trabalho.

 

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