Três Perguntas a Rui Marreiros, vice-presidente da Câmara Municipal de Beja
Texto Nélia Pedrosa
Em que consiste a campanha de sensibilização para a correta deposição de resíduos que está a ser promovida pela Câmara de Beja?
Consiste num conjunto de medidas e ações no quadro da gestão de resíduos em meio urbano. A correta deposição nos locais adequados é uma dessas vertentes e mereceu uma abordagem integrada com alargamento do horário do Ecocentro de Beja para permitir uma maior janela de oportunidade para a receção de resíduos, incluindo prolongamentos ao final da tarde e ao sábado. Foi feita uma ampla divulgação nas redes socias, distribuída informação nas caixas de correio e foi colocada informação em bastantes moloks da cidade com indicação das alternativas para encaminhamento de resíduos de grandes dimensões que, muitas vezes, surgem nas zonas envolventes. Complementarmente, a informação clarifica as consequências em caso de incumprimento no quadro do regulamento municipal de gestão de resíduos.
Por que é que as placas informativas só começaram a ser colocadas no final de julho, tendo em conta que a incorreta deposição de resíduos junto aos moloks não é um problema recente?
A colocação de placas é apenas uma das ações e não pode ser vista isoladamente. A questão de colocar no próprio molok tem também um efeito simbólico e, simultaneamente, dissuasor. A informação está visível a quem vai incorretamente fazer uma deposição ilegal. Esperamos que tenha um efeito mais eficaz, em complemento da mesma informação amplamente divulgada. De qualquer forma a eficácia das medidas depende da sua ação combinada, mas também da disponibilidade individual de cada um para colaborar e fazer a sua parte. Para que tudo funcione foi também importante a parceria com a Resialentejo para o alargamento do horário do ecocentro. Só assim é possível haver uma alternativa real e gratuita para quem transporta e deposita ilegalmente os resíduos em causa.
Como é que os munícipes estão a reagir?
Estão a reagir de forma muito positiva. Começa a criar-se uma consciência coletiva do que está certo e está errado, um respeito pelo espaço coletivo de todos. Um efeito de cadeia e contágio que ajudará seguramente neste processo. Ainda é cedo para falar de resultados mensuráveis, mas vamos monitorizar com detalhe para perceber o verdadeiro impacto das medidas. De qualquer forma a campanha terá de estar no terreno em contínuo, sempre com novas medidas e ações. Neste quadro adquirimos novos equipamentos de recolha e limpeza, vamos instalar uma rede de papeleiras inteligentes, contratar serviços para reforçar a nossa capacidade para a gestão de resíduos em meios urbano, reforçar o serviço porta a porta, instalar mais moloks. Efetivamente o resultado será sempre o efeito combinado de todas as medidas e ações. Todas as cidades, um pouco por todo o País, estão a ter problemas agravados nesta matéria. Estamos a aprender com quem faz melhor para adaptar e implementar essas medidas em Beja. Neste quadro de atuação caberá, seguramente, um incremento da vertente de fiscalização e um recurso mais eficaz a mecanismo sancionatórios em situações complexas ou sempre que se justifique.