Diário do Alentejo

“O objetivo principal é envolver a comunidade”

29 de julho 2023 - 12:30
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Freguesia de Baleizão foi destinguida com o galardão “Eco-Freguesias XXI”. Este prémio bienal, simbolizado pela bandeira verde, visa “divulgar e distinguir as freguesias com melhores práticas de sustentabilidade, não só ambiental, mas também socioeconómico e cultural, implementadas nos últimos dois anos”.

 

O programa é implementado por uma comissão nacional da qual fazem parte a ABAE – Associação Bandeira Azul da Europa, Agência Portuguesa do Ambiente, Universidade de Coimbra, Instituto de Ciências Sociais, Universidade Nova de Lisboa e Quercus, entre outros. A avaliação das candidatas é baseada num conjunto de 10 indicadores.

 

Baleizão foi a única freguesia do distrito de Beja a candidatar-se à 4.ª edição do programa “Eco-Freguesias XXI”. De acordo com Maria João Brissos, presidente da junta, esta distinção “reflete o trabalho desenvolvido nos últimos dois anos no que diz respeito à questões ambientais, de sustentabilidade e sensibilização implementadas”.

 

Texto Nélia Pedrosa

 

Que comentário lhe merece a recente atribuição do galardão “Eco-Freguesias XXI”?

Representa um enorme sentimento de orgulho, de recompensa pelo trabalho desenvolvido em direção a uma freguesia mais sustentável e, ao mesmo tempo, um impulso de motivação para o futuro. Importa referir que este caminho só é possível com os funcionários da freguesia e parceiros como a Câmara de Beja, a EMAS e a Resialentejo.

 

De entre os projetos desenvolvidos, e que terão estado na origem deste reconhecimento, quais é que destacaria?

O “Eco-Freguesias XXI” contribui para a implementação do n.º 11 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ONU, Agenda 2030) – Comunidades Inclusivas, Resilientes, Seguras e Sustentáveis, e tem sido nesse sentido que temos implementado diversas ações. De uma forma genérica, destacaria a criação do pomar da freguesia (distribuição gratuita de fruta à população); a criação de boxes para os contentores do lixo; a colocação de um contentor de resíduos verdes no parque da junta; a sensibilização ambiental; a recolha de monos domésticos; resíduos elétricos e eletrónicos e resíduos verdes, porta a porta, gratuitamente; o reforço da limpeza urbana; o aumento do número de ecopontos; e a redução de espaços verdes de forma a diminuir o consumo de água.

 

Que ações faltam ainda implementar no âmbito deste trabalho que tem vindo a ser desenvolvido na freguesia?

O programa pretende, acima de tudo, promover o desenvolvimento social, económico e ambiental e, nestas áreas, consideramos que muito há ainda por realizar. Pretendemos continuar a apostar na sensibilização ambiental, envolvendo as crianças da escola e do ATL, assim como a população em geral, aumentar o número de boxes para os contentores, substituir e reforçar o número de papeleiras, encontrar junto das entidades responsáveis uma solução para resíduos de construção e demolição e a construção de boxes para separação de resíduos no parque da junta, entre outras intervenções. O objetivo principal é envolver a comunidade, incentivar à participação, tornando os cidadãos atores da própria mudança.

 

Sendo este um projeto que valoriza a participação da comunidade, como classifica a recetividade da população a estas iniciativas?

O projeto iniciou-se com uma sondagem à população, que tinha como título “Quero viver numa eco-freguesia”, por forma a identificarmos no espaço público algumas situações que, na opinião dos cidadãos, careciam de intervenção, e é nesse sentido que estamos a intervir. A recetividade da população tem sido bastante positiva, construtiva e esperamos que venha a ser mais participada, pois este é um trabalho que só conseguirá atingir os seus resultados com o contributo de todos. Temos trabalhado numa relação de proximidade e por esse motivo qualquer cidadão sabe que poderá sempre dar os seus contributos para construirmos uma aldeia mais limpa, branca, acolhedora e preocupada com o futuro. 

 

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