Diário do Alentejo

A “valorização da mulher-artista, da liberdade e da diversidade”

23 de julho 2023 - 14:00
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A valorização da mulher-artista, da liberdade e da diversidade é a tónica deste singular projeto nascido em Beja, em 2019, e que traduz a sensibilidade e a perspetiva de várias mulheres. “Senhora de Mim – Exposição no Feminino” é um espaço de promoção artística num prisma exclusivamente feminino, privilegiando a singularidade de cada convidada, e a reflexão, numa perspetiva coletiva, do poder da arte, da cultura e da mulher.

 

Homónima do projeto artístico, “Senhora de Mim – Exposição no Feminino” é o título da mostra coletiva, patente ao público, até ao próximo dia 29, na Casa do Cante, em Serpa. O “Diário do Alentejo” falou com as curadoras da exibição, Eva Caseiro, Nádia Mira e Sónia Calvário.

 

Texto José Serrano

 

Quais as artes com que esta exposição acolhe o público?

Esta 5.º edição conta, uma vez mais, com oito fantásticas artistas, de várias idades e vivências, que através dos seus trabalhos, realizados com técnicas diferenciadas, como a pintura, a cerâmica, a escultura, a fotografia e ou a ilustração, conduzem-nos pelo rico e plural universo feminino.

 

Que fio condutor une, num mesmo nome expositivo, as várias manifestações artísticas apresentadas?

O fio condutor é, sem dúvida, a perspetiva feminina. Embora esta não seja, nem tenha que ser, unívoca, é a mulher e a sua visão que pretendemos espelhar neste projeto.

 

Pretende esta exposição de artistas ser um grito feminista e, ao mesmo tempo, de valorização da mulher-artista?

Interessante esta pergunta, sobretudo, porque não assumimos o contrário quando se trata de exposições coletivas apenas compostas por homens (e são tantas!). Mas, sim, não temos problemas em afirmar que é sim um projeto feminista e que o objetivo é mesmo esse – o da valorização da mulher-artista. É, por assim dizer, o nosso pequeno contributo para combater as desigualdades que ainda persistem nas oportunidades que são dadas a homens e mulheres no meio artístico.

 

Esta mostra, que tem percorrido, desde 2019, várias localidades, tem-se reinventado através da entrada e saída de várias artistas do coletivo. Esta constante renovação é reveladora da multiplicidade do universo artístico feminino, nomeadamente, na região?

Na verdade, o projeto é mesmo esse, possibilitar que todos os anos artistas diferentes possam mostrar aquilo que fazem. A cada edição são convidadas oito mulheres para mostrarem a sua arte. Ao longo destas cinco edições já tivemos a expor 40 mulheres que, de alguma forma, ou porque cá nasceram ou porque cá vivem, têm ligação ao Alentejo e isso é, sem dúvida, revelador não só da multiplicidade mas também da riqueza deste universo artístico e desta região.

 

Que reflexão gostariam que esta coletiva espoletasse nos seus espetadores?

A nossa tónica, desde o início, é a valorização da mulher-artista, da liberdade e da diversidade, se a isto pudermos acrescer uma reflexão sobre o poder da arte e da cultura como instrumento de afirmação e de luta, o nosso propósito está cumprido.

 

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