O “Contrato Local de Desenvolvimento Social (CLDS 4G) Castro + Vivo”, criado em maio de 2022, é um instrumento de combate à exclusão social, marcado por uma intervenção de proximidade, realizada em parceria, que visa promover a inclusão e a coesão sociais através da intervenção junto de grupos populacionais que evidenciam, neste âmbito, fragilidades mais significativas. O “CLDS 4G Castro + Vivo” atua em todo o concelho de Castro Verde, sendo o lar Jacinto Faleiro a entidade coordenadora local da parceria.
Recentemente, a equipa promotora do “CLDS 4G Castro + Vivo”, apresentou o livro Empreendedorismo Feminino em Castro Verde, que conta as estórias de uma centena de mulheres que arriscaram e criaram, no concelho, o seu próprio negócio. O “Diário do Alentejo” falou com Cidália Alves e Rita Nobre, técnicas do projeto.
Texto José Serrano
Premeia esta obra a coragem e a determinação de mulheres empresariais castrenses?
Sem dúvida. Cada uma destas mulheres soube transformar os seus sonhos e reinventar-se perante dificuldades. Recorrendo a competências como a criatividade, a astúcia ou a resiliência, entre muitas outras, assumiram a coragem de correr riscos, características que ilustram determinação empreendedora.
Qual o contributo que estas mulheres têm tido no âmbito do desenvolvimento do concelho de Castro Verde?
Estas mulheres têm tido um papel preponderante na nossa comunidade. O espírito empreendedor, de cada uma delas, tem sido um importante contributo para a geração de empregos, para a expansão e diversificação do tecido económico, através de negócios, projetos e trabalhos, que sustentam o seu crescimento pessoal, profissional e financeiro.
As oportunidades e os obstáculos que se apresentam a uma mulher ou a homem empreendedores são idênticos, ou há ainda, para que se atinga essa igualdade, um caminho a percorrer?
É importante que os decisores reconheçam que o empreendedorismo feminino está ativo e faz parte da economia, a redução dos processos burocráticos associados à criação de novos negócios, o reforço do acesso à informação de fontes de financiamento (em especial o bancário) e da oferta de programas que permitam aumentar as oportunidades de networking para mulheres empreendedoras. A política pública deve estimular a criação de novos negócios, tendo em conta que a transversalização da perspetiva de género só é eficaz se se traduzir na definição de medidas concretas, que respondam às necessidades diagnosticadas. Só assim conseguiremos acelerar a realização da igualdade.
Independentemente do ramo de negócio a que cada uma está associada, que características são comuns a estas mulheres?
Os traços em comum que mais identificamos nas mulheres empreendedoras são o forte desejo de independência e realização. Na sua maioria, estas mulheres facilmente se adaptam às mudanças e acreditam que o seu destino é fruto das suas ações e por ele lutam diariamente.
Pretende este livro estimular potenciais novas empreendedoras?
Em plena pandemia, o “CLDS 4G Castro + Vivo”, em parceria com a Câmara de Castro Verde, promoveu uma atividade, em várias redes sociais e na “Rádio Castrense”, que deu a conhecer, semanalmente, estórias inspiradoras de mulheres empreendedoras, no território, que lutaram para transformarem os seus sonhos em negócios rentáveis, bem-sucedidos. Considerámos que seria útil ficar este trabalho registado em livro, de forma a valorizar o trabalho destas mulheres e a inspirar quem queira empreender.