Texto Ana Filipa Sousa de Sousa
A 28 de julho de 2016 a Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal) reuniu-se pela primeira vez com o Arquivo Distrital de Beja e com oito dos seus 13 municípios para refletir sobre a “necessidade e importância da criação de um grupo de trabalho na área dos arquivos, à semelhança do que já existia para as bibliotecas e museus”.
Volvidos seis anos desde a implementação da Rede de Arquivos Municipais da Cimbal, o balanço feito pela sua coordenadora, Patrícia Sousa, é positivo, estando o acerco arquivístico “cada vez mais presente” e “a evoluir de uma forma avançada”.
“Acho que estamos num bom caminho. A exposição itinerante ‘Arquivos Uma Memória Viva’, que começou em outubro [de 2022] e vai até finais de junho, já foi uma amostra e um ‘abre olhos’ para os executivos verem que nós estamos vivos, que temos trabalho feito e que os arquivos têm vida dentro dos municípios e das instituições”, realça.
Nos últimos anos, a rede, que tem tentado uniformizar todos os arquivos da região, tem sofrido com a falta de investimentos por parte das câmaras municipais.
“Não é geral, mas os municípios debatem-se com o problema dos executivos não investirem no arquivo como uma prioridade e isso faz com que tenhamos documentos a danificarem-se com a humidade e fungos e a irem para o lixo. Estamos a perder documentos importantes para a História, porque não estão a ser tratados como deveriam estar a ser”, refere a coordenadora.
Ainda assim, a técnica superior de arquivo garante que o futuro está salvaguardado, sendo uma “questão de tempo até ficarem todos [os acervos arquivísticos] ao mesmo nível”.