Diário do Alentejo

Sinistralidade rodoviária próxima dos números pré-pandemia

02 de abril 2023 - 13:30
Aumento de 42,9 por cento de vítimas mortais em relação a 2021
Ilustração | Susa Monteiro|/ArquivoIlustração | Susa Monteiro|/Arquivo

A sinistralidade rodoviária no distrito de Beja, entre janeiro e novembro de 2022, subiu e aproximou-se dos números obtidos em 2019 – ano pré-pandemia –, mas com uma subida acentuada em relação a 2021, revela o relatório anual da Autoridade Nacional da Segurança Rodoviária.

 

Texto Aníbal Fernandes

 

O número de vítimas mortais resultantes de acidentes rodoviários ocorridos no distrito de Beja, em 2022, subiu de 14 para 20, um aumento de 42,9 por cento. Em relação aos feridos graves, assistiu-se a uma diminuição de 16 por cento, de 75 para 63 casos registados.

 

No ano passado foram registados pela PSP e GNR 421 acidentes no Baixo Alentejo, uma subida de 17,6 por cento em relação ao ano anterior (421), aproximando-se, assim, do valor registado em 2019, que foi de 468.

 

Quanto às vítimas mortais, os números ainda estão longe dos observados no ano anterior à pandemia, quando 31 pessoas perderam a vida nas estradas da região. No que diz respeito a feridos ligeiros, foram contabilizados 476, mais 14,4 por cento do que no ano anterior (416).

 

Por concelhos, Beja, com sete acidentes, é aquele com mais ocorrências. Seguem-se Serpa, Aljustrel, Odemira e Ourique, com dois cada, e Mértola, Ferreira do Alentejo e Castro Verde, com um.

 

Dos 18 acidentes, dos quais resultaram 20 vítimas mortais, nove foram provocados por despistes, seis por atropelamento e três devido a colisão. Metade dos acidentes teve lugar em estradas nacionais.

 

A nível nacional, a sinistralidade rodoviária, entre janeiro e novembro de 2022, registou 31 600 acidentes com vítimas, 430 mortais, 2260 feridos graves e 37 006 feridos leves. Em relação a 2019 – ano de referência para monitorização das metas fixadas pela Comissão Europeia e por Portugal  de redução do número de mortos e de feridos graves para 2030 –, registaram-se menos 2518 acidentes (-7,4 por cento), menos 50 vítimas mortais (-10,4 por cento), menos 83 feridos graves (-3,5 por cento) e menos 4.206 feridos leves (-10,2 por cento).

 

Comparativamente com o período homólogo de 2021, ano em que ainda se verificaram quebras na circulação rodoviária face a 2019, num contexto de pandemia, observaram-se aumentos em todos os principais indicadores no continente: mais 3702 acidentes (+14,0 por cento), mais 63 vítimas mortais (+17,6 por cento), mais 171 feridos graves (+8,9 por cento) e mais 4458 feridos leves (+14,4 por cento).

 

De salientar que, relativamente a 2021, até novembro de 2022 registou-se um aumento da circulação rodoviária com o correspondente acréscimo no risco de acidente, como se pode concluir do aumento de 7,4 por cento no consumo de combustível rodoviário até novembro, de acordo com os dados da Direção-Geral de Energia e Geologia.

 

SINISTRALIDADE NO CONTINENTE POR DISTRITO

Entre janeiro e novembro de 2022 verificou-se um aumento no número de acidentes em quase todos os distritos, mais acentuadamente na Guarda (+23,0 por cento), em Vila Real (+22,4 por cento), em Viana do Castelo (+21,8 por cento) e Faro (+21,1 por cento).

 

No que diz respeito ao número de vítimas mortais, os aumentos ocorreram em 14 distritos, com os maiores contributos numéricos em Coimbra (+11), Vila Real e Viseu (+10 em cada).

 

Os feridos graves aumentaram em 11 dos 18 distritos do continente, nomeadamente, no Porto (+72), Setúbal (+51) e Santarém (+36).

 

Do total de vítimas mortais, registaram-se 12,4 por cento no distrito de Lisboa e 10,2 por cento no distrito de Setúbal, tendo estes distritos concentrado 12,9 por cento, e 9,3 por cento dos feridos graves, respetivamente.

 

 

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