Diário do Alentejo

Templários de regresso ao Sul

11 de março 2023 - 14:00
Comenda de Beja do Grande Priorado de Portugal foi criada em novembro do ano passado
Foto | Ricardo ZambujoFoto | Ricardo Zambujo

A representação dos templários no distrito pertence ao Grande Priorado de Portugal (GPP), uma organização nacional sem fins lucrativos e que “segue os ideais da Ordem do Templo de Jerusalém”.

 

Recentemente foi criada em Beja a Comenda do Grande Priorado de Portugal, pertença da Ordem Soberana Militar do Templo de Jerusalém – com um raio de ação em todo o território do Sul do País – e que conta já com cerca de duas dezenas de elementos efetivos e vários candidatos.

 

Vão longe os tempos das pelejas militares e nos dias que correm, explica o comendador Pedro Valente, a atividade da ordem centra-se, “fundamentalmente, em duas vertentes: cultural e histórica; e de intervenção social”.

 

Apesar da “espiritualidade” se manter presente, o responsável explica que esta é “uma ordem aberta” que “não se pretende substituir às associações já existentes”, mas, antes, “trabalhar com todos de uma forma complementar”.

 

De novembro até agora já tiveram lugar três sessões capitulares da comenda, com a última a acontecer no passado domingo, dia 5, na vila de Alvito. A III sessão capitular, à semelhança das anteriores, decorreu na capela do castelo, com a apresentação da comenda pelo grão-prior, Fernando Castelo Branco, e iniciação de novos escudeiros (membros iniciantes). Do programa constou, ainda, uma visita guiada à vila conduzida pelo arqueólogo Jorge Feio.

 

O dia terminou, às 17:30 horas, com a missa dominical na igreja Matriz de Alvito.

 

OS TEMPLÁRIOS HOJE E DE ONTEM

Os objetivos do GPP são “o estudo, clarificação e preservação histórica e académica sobre a Ordem do Templo medieval e a sua relação com Portugal e com o mundo”. Simultaneamente, pretende “ajudar a perpetuar as tradições, costumes e valores dessa antiga ordem monástica e militar; dispensar ajuda solidária e fraternal a indivíduos carenciados; prestar a apropriada assistência a instituições sociais, escolhidas pelas suas atividades e eficiência; cooperar com sociedades científicas, religiosas, cívicas, sociais e demais que partilhem os mesmos princípios e crenças do GPP; desenvolver e manter atividades e projetos cavaleirescos em defesa da ordem social baseada nos valores cristãos; manter o foco no nosso crescimento e implantação no território nacional, mais concretamente a sul do Tejo, razão que motivou a fundação da nossa comenda de Beja”.

 

A Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão tem a data de nascimento a 1118 e a de dissolução em 1312, ordenada pelo papa Clemente V. Em Portugal, por iniciativa de D. Dinis, o seu património foi atribuído, em 1319, à Ordem da Milícia de Jesus Cristo sediada, primeiro, em Castro Marim, e depois, definitivamente, em Tomar, ainda hoje conhecida como a Cidade dos Templários.

 

Com presença no que é hoje o território nacional desde o Condado Portucalense, antes da fundação da nacionalidade por D. Afonso Henriques, os templários foram uma peça importante nas lutas que viriam a definir as fronteiras do País.

 

O seu aparecimento está ligado à necessidade de proteger os cristãos nas peregrinações a Jerusalém, mas hoje assumem-se como uma organização não-governamental com representação oficial na Organização das Nações Unidas (ONU) e Organização do Tratado Atlântico-Norte (OTAN).

 

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