Diário do Alentejo

Distrito de Beja regista aumento de acidentes e vítimas mortais em 2022

22 de janeiro 2023 - 13:00
Despiste foi a natureza de acidente mais frequente, com sete mortes, seguindo-se o atropelamento e a colisão
Ilustração | Susa Monteiro/ ArquivoIlustração | Susa Monteiro/ Arquivo

Os dados provisórios da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária indicam que nos primeiros nove meses de 2022 os principais indicadores de sinistralidade no distrito de Beja aumentaram, em comparação com 2021, tendo-se registado mais acidentes com vítimas, mais vítimas mortais e mais feridos ligeiros.

 

O único indicador em que se observa um decréscimo entre 2021 e 2022 diz respeito aos feridos graves (-9,7 por cento).

 

Texto Nélia Pedrosa

 

Entre janeiro e setembro de 2022 registaram-se, no distrito de Beja, 344 acidentes com vítimas, dos quais resultaram 17 vítimas mortais (ocorridas no local do acidente ou durante o transporte até à unidade de saúde), 56 feridos graves e 387 feridos leves, avança o “Relatório Setembro 2022”, da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), divulgado na semana passada.

 

Os dados, provisórios, têm por base a informação disponibilizada pelas entidades fiscalizadoras (GNR e PSP). Comparativamente ao período homólogo de 2021, ano em que ainda se verificaram quebras na circulação rodoviária devido à pandemia de covid- 19, sublinha a ANSR, o distrito de Beja registou mais acidentes (+17 por cento), mais vítimas mortais (+30,8 por cento) e mais feridos leves (+14,2 por cento).

 

O único indicador em que se observa um decréscimo entre 2021 e 2022 diz respeito aos feridos graves (-9,7 por cento).

 

O despiste foi a natureza de acidente mais frequente no distrito de Beja, com sete vítimas mortais, seguindo-se o atropelamento (seis mortes) e a colisão (quatro). Das 17 vítimas mortais verificadas entre janeiro e setembro de 2022, seis registaram-se no concelho de Beja (nas EN 18 e EN 260), três no concelho de Ourique (EN 263 e IC 1), duas em Serpa (EN 260 e EN 255), duas em Aljustrel (EN 261 e EN 2) e uma nos concelhos de Mértola, de Ferreira do Alentejo, de Odemira e de Castro Verde – com exceção de Castro Verde, em que o acidente ocorreu no IP2, nos outros três a via não é identificada.

 

SINISTRALIDADE BAIXOU EM COMPARAÇÃO COM PRÉ-PANDEMIA

A nível nacional, no total, de acordo com o mesmo relatório, registaram-se 25 372 acidentes com vítimas entre janeiro e setembro de 2022, 359 vítimas mortais, 1890 feridos graves e 29 785 feridos leves. Comparando com o período homólogo de 2021, observam-se aumentos em todos os principais indicadores: mais 3640 acidentes (+17,6 por cento), mais 67 vítimas mortais (+23,4 por cento), mais 264 feridos graves (+17,6 por cento) e mais 4397 feridos leves (+18,2 por cento).

 

Já em relação a 2019, ano de referência para monitorização das metas fixadas pela Comissão Europeia e por Portugal, de redução do número de mortos e feridos graves para 2030, todos os principais indicadores de sinistralidade apresentaram, a nível nacional, resultados decrescentes: menos 2098 acidentes (-7,6 por cento), menos 40 vítimas mortais (-10 por cento), menos 56 feridos graves (-2,9 por cento) e menos 3517 feridos leves (-10,6 por cento).

 

A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária refere, ainda, que, “relativamente a 2021”, nos primeiros nove meses de 2022 registou- se “um aumento da circulação automóvel, com o correspondente acréscimo no risco de acidente, como se pode concluir do aumento de 10,9 por cento no consumo de combustível rodoviário até setembro, de acordo com dados da Direção-Geral de Energia e Geologia”, e “do crescimento de 30 por cento no tráfego das autoestradas registado no primeiro semestre”, segundo a Associação Portuguesa das Sociedades Concessionárias de Autoestradas ou Pontes com Portagens (Apcap).

 

Entre janeiro e dezembro de 2019, o já mencionado ano de referência para monitorização, o distrito de Beja registou 468 acidentes com vítimas, 31 vítimas mortais, 74 feridos graves e 566 feridos leves.

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