Diário do Alentejo

"Dificilmente os números que vemos divulgados correspondem à realidade"

02 de dezembro 2022 - 13:00
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Três Perguntas a Patrícia Cardoso, Assistente Social do Núcleo de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica do distrito de Beja (Navbeja)

 

Texto José Serrano

 

O Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, instituído pela Organização das Nações Unidas, foi assinalado dia 25 de novembro. Que deve esta data fazer recordar à sociedade?A data pretende destacar a importância do combate às diferentes formas de violência a que estão sujeitas as mulheres e raparigas, por todo o mundo. No entanto, lembramos a indispensabilidade de recordar, todos os dias, a necessidade da eliminação da violência contra as mulheres, com o compromisso e o envolvimento de todas as entidades e de todos os cidadãos.

 

Como define, no Baixo Alentejo, a atual situação deste flagelo social?Neste momento, para o serviço, é difícil avançar com números, devido ao volume de trabalho. No entanto, no entendimento da equipa, dificilmente os números que vemos divulgados pelas diversas estruturas, com intervenção na área, correspondem à realidade, uma vez que sabemos que muitas vítimas não recorrem a qualquer apoio e que muitas mais não apresentam queixa. E há muitos fatores que influenciam esta decisão de procurar ou não apoio. Assim, apesar de significativos, os números das denúncias devem preocupar-nos, visto que eles não representam a inexistência de situações de violência, mas sim a sua ocultação.

 

Quais as ações inadiáveis que uma mulher vítima de violência deve tomar?Deve procurar ajuda, para que possa ser apoiada, informada de todos os recursos, que existem na comunidade, disponíveis para a ajudar a sair deste grave problema que é a violência doméstica. O NAV é uma estrutura de atendimento a vítimas de violência doméstica que integra a rede Nacional de Apoio às Vítimas. Neste momento intervém em oito concelhos do Baixo Alentejo – Alvito, Barrancos, Beja, Cuba, Mértola, Moura, Serpa e Vidigueira. Disponibilizamos atendimento, de forma gratuita e confidencial, a vítimas de violência doméstica, procurando uma visão global e integrada da problemática da violência e providenciando os necessários encaminhamento e apoio de outras entidades e mecanismos.

 

 

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