Diário do Alentejo

"A minha expectativa, quanto a 2023, é continuar os bons resultados que o Alentejo está a conseguir ter nos mercados principais"

03 de setembro 2022 - 10:00
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Três Perguntas a Francisco Mateus, Presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA)

 

Texto José Serrano

 

A CVRA anunciou, recentemente, a subida das exportações dos Vinhos do Alentejo no 1.º semestre deste ano – 12,4 por cento, em valor, e 9,7 por cento, em quantidade, face a período homólogo de 2021 –, o que corresponde a receitas de mais de 37 milhões de euros. São estes números notavelmente importantes para o setor?

São números que evidenciam um bom primeiro semestre de 2021, mas também o melhor dos últimos cinco anos, o que mostra o crescimento da capacidade exportadora dos produtores do Alentejo. Os cinco primeiros mercados – Brasil, Suíça, Estados Unidos da América (EUA), Canadá e Polónia – que representaram cerca de metade do valor exportado, cresceram todos em valor, o que reforça a nossa percepção de reconhecimento da qualidade dos vinhos da região, sendo também de destacar o crescimento nos vinhos brancos (mais 32 por cento em valor), com destaque para o Brasil, Canadá e Reino Unido, demonstrando que também neste segmento temos cartas a dar.

 

A que se deve, fundamentalmente, esta apetência pelos vinhos alentejanos e quem são os seus principais consumidores, além-fronteiras?

Num mercado tão competitivo como é o do vinho, as tendências de crescimento que estamos a registar são sinais positivos quanto à capacidade exportadora e à qualidade do produto que, em preço médio de exportação, está valorizado 23 por cento acima da média nacional dos vinhos de denominação de origem controlada (DOC) e Regional. Tem havido valorização de Portugal e a região do Alentejo está a contribuir para esse efeito, em especial em mercados fora da União Europeia, como Brasil, Suíça, EUA, Reino Unido e Canadá, e nos intracomunitários, em países como França, Alemanha e Bélgica.

 

Considera que esta tendência de aumento de exportações dos Vinhos do Alentejo prevalecerá no segundo semestre de 2022 e mesmo no próximo ano?

Quanto ao segundo semestre as estatísticas mostram que é habitualmente superior ao primeiro, pelo que, a manter-se este desempenho, poderemos ter um bom ano de exportação. A minha expectativa, quanto a 2023, é que possamos continuar a crescer, beneficiando dos sinais positivos de mercados como Angola, Austrália e Colômbia, mas a continuar os bons resultados que o Alentejo está a conseguir ter nos mercados principais.

 

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