Diário do Alentejo

Central solar flutuante do Alqueva começa a funcionar em julho

16 de maio 2022 - 14:00
Nova central fotovoltaica é a maior instalada numa barragem hidroelétrica na Europa

O projeto faz parte de um plano nacional para diminuição da dependência de combustíveis fósseis, situação agravada pela invasão russa à Ucrânia e consequente escalada de preços do gás, usado para produzir eletricidade.

 

Com 12 mil painéis instalados, através de dois rebocadores, numa área equivalente a quatro campos de futebol, a nova central fotovoltaica instalada na albufeira do Alqueva vai permitir o fornecimento de eletricidade a 1500 famílias, ou seja, um terço das necessidades das populações limítrofes da albufeira, dos concelhos de Moura e Portel, segundo a agência Reuters.

 

A central, instalada pela Energias de Portugal (EDP), quer fazer uso das longas horas de exposição solar que a região permite. Tem uma capacidade de produção energética de cinco megawatts, prevendo-se que terá um custo de um terço em relação à eletricidade proveniente das centrais a gás, segundo o responsável do projeto e diretor de Inovação da EDP, Miguel Patena, em declarações à agência Reuters. Os painéis solares produzirão 7,5 gigawatt-hora, por ano, de eletricidade, complementados por baterias de lítio com capacidade de armazenamento de dois gigawatt-hora.

 

Sem necessidade de terrenos para a sua instalação, os painéis flutuantes tornam, assim, a central solar mais barata quando comparada com as soluções tradicionais. Com a possibilidade de poderem ligar-se à rede elétrica existente no local, o que os torna mais eficazes em termos de custo, este tipo de painéis permitem que o excesso de energia gerada possa ser usado para bombear água de volta à barragem, usando-se para gerar eletricidade em dias menos soalheiros ou mesmo à noite.

 

A EDP tem o objetivo de “se tornar 100 por cento verde em 2030”, sublinhou Ana Paula Marques, membro do conselho de administração da empresa em declarações à Reuters, com a guerra da Rússia contra a Ucrânia a acelerar o processo de transição para as energias renováveis, apesar da pouca dependência nacional do gás russo.

 

Apesar da nova central fotovoltaica flutuante ainda não ter entrado em funcionamento, a EDP planeia expandir o projeto da barragem do Alqueva, tendo assegurado, no passado mês de abril, o direito à construção de um segundo parque flutuante com a capacidade instalada de 70 megawatts.

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