Diário do Alentejo

José Calixto: "O mote da candidatura é valorizar"

03 de setembro 2021 - 09:20

Texto Sérgio Major (Lusa)

 

O autarca José Calixto, com a experiência conseguida em Reguengos de Monsaraz, muda-se nestas autárquicas para a corrida à câmara do concelho vizinho e capital de distrito, Évora, como trunfo do PS para tentar reconquistar o município. Depois de mais de 15 anos como autarca em Reguengos de Monsaraz, primeiro como ‘número dois’ da câmara e, depois, como presidente, o socialista quer agora ‘dar cartas’ em Évora, onde estudou e viveu.

 

O objetivo “é ganhar”, para lançar “um projeto diferente, de modernidade e que tenha ambição e paixão por uma cidade e um concelho que tem uma imensa potencialidade”, afirma o candidato.

 

Natural de Reguengos de Monsaraz, José Gabriel Paixão Calixto, de 57 anos, está a cumprir o terceiro e último mandato consecutivo como presidente desta autarquia, sempre eleito com maioria absoluta, depois de ter sido ‘vice’ entre 2005 e 2009.

 

É atualmente o presidente da Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo (ADRAL) e, neste mandato autárquico, liderou, em regime rotativo, a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central (CIMAC) com o autarca de Évora, Carlos Pinto de Sá, seu principal opositor na corrida eleitoral que se avizinha. Calixto preside também à Associação Transfronteiriça Lago Alqueva e à Rede Europeia de Cidades do Vinho, entre outros cargos noutras instituições.

 

O surto de covid-19 no Lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva, em Reguengos de Monsaraz, no verão de 2020, com 18 mortos (16 utentes e uma funcionária e um homem da comunidade), foi um dos momentos mais difíceis dos seus mandatos, assume.

 

Calixto, que é também presidente da fundação por “inerência estatutária”, ao liderar a câmara, reconhece que o surto “foi uma situação” que levou os responsáveis “aos limites da exaustão”, com trabalho dia e noite. “Temos a consciência totalmente tranquila, porque fizemos o que é humanamente possível”, diz. Mas houve quem tentasse “aproveitar o surto” com “outras intenções”, alega, sem dizer quais.

 

Em Évora, “o mote da candidatura é valorizar”, adianta o candidato do PS, que define como prioridade “a valorização da economia local”, nomeadamente para a “criação de empregos e de capacidade para captação de investimento”. Quanto ao percurso escolar, frequentou duas escolas primárias em Évora, no período em que o pai, “guarda fiscal a cavalo”, trabalhou nesta cidade.

 

De regresso a Reguengos de Monsaraz, aí estudou até ao 11.º ano, mas voltou a Évora, onde fez “o final da secundária” e depois ingressou no curso de Economia na Universidade de Évora (UÉ). “Apliquei-me bastante, tirei o curso com 17 valores”, recorda, assinalando que foi “monitor de economia” na própria UÉ e até venceu prémios de melhor aluno.

 

José Calixto lembra que, após a conclusão do curso, entrou “no dia 01 de março de 1988” no então Banco de Fomento Nacional para estagiar e, a seguir, trabalhou 16 anos no setor automóvel, nomeadamente no Grupo Entreposto. Entretanto, fez duas pós-graduações, em Estudos Europeus, pela Universidade de Coimbra, e em Gestão, pela Universidade Nova de Lisboa.

 

Viveu em Lisboa, entre 1989 e 2004, mas regressou a Évora para ajudar a criar a Habévora, empresa municipal de gestão habitacional, e, em 2005, o então presidente do município de Reguengos de Monsaraz, Victor Martelo, convidou-o para ‘número 2’ da lista.

 

Militante do PS desde 1989, foi escolhido para cabeça de lista à Câmara de Reguengos de Monsaraz depois de Victor Martelo decidir não se recandidatar. Ganhou as eleições de 2009 e mudou-se de Évora para São Pedro do Corval, onde ainda reside. Casado, tem como ‘hobbies’ andar de bicicleta - “ultimamente mais estrada”, mas também faz BTT -, desfrutar do “ambiente rural e da natureza” que rodeia a sua casa, e conviver com os amigos.

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