Diário do Alentejo

Praias do Baixo Alentejo mantém lotação do ano passado

11 de junho 2021 - 11:05

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) divulgou, à semelhança de 2020, a lista da capacidade das praias costeiras e de transição e das praias interiores para as regiões hidrográficas de Portugal Continental. Salvo raras exceções – devido à conclusão de obras de melhoramento, por exemplo –, no Baixo Alentejo, a lotação para 2021 mantém-se idêntica à do ano passado. Na maior parte dos municípios a época balnear começa a partir do próximo dia 12.

 

De acordo com a APA, “as praias constituem espaços lúdicos muito importantes em Portugal, visitadas todos os anos por milhares de pessoas, pelo que, mantendo-se ainda o contexto de pandemia, importa determinar a capacidade potencial de ocupação das praias costeiras e de transição e das praias interiores para a época balnear de 2021”. Estas capacidades constituem “um importante auxiliar para a gestão e utilização segura das praias, pois é a partir destes valores que pode ser dada informação – ao cidadão e às autoridades – de modo a direcionar os devidos comportamentos, de uma forma responsável”.

 

No Baixo Alentejo, as praias com maior capacidade continuam a ser Tróia Mar, em Grândola (3500 pessoas), Costa de Santo André, em Santiago do Cacém (2500), Atlântica, Carvalhal, Comporta, Melides e Pego, também em Grândola (2000), e São Torpes e Vasco da Gama, em Sines (2000 veraneantes). Seguem-se Tróia-Bico das Lulas (1900) e Aberta Nova (1700), em Grândola, e Furnas Mar (1500) e Franquia (1400), em Odemira.

 

O vice-presidente da Câmara de Odemira, em declarações ao “DA”, diz que “estes processos são sempre complexos e muito técnicos” e, “neste caso, a análise técnica suporta-se em instrumentos de gestão territorial desatualizados”, e, por isso, “em dados e indicadores imperfeitos”. Ricardo Cardoso realça, contudo, que “o esforço que a APA tem feito para que a época balnear decorra com normalidade e sucesso é que tem de ser enaltecido”.

 

Para 2021 a autarquia apresentou uma proposta de revisão de lotação máxima para quatro das 12 praias do concelho, “que resultou numa apreciação e na revisão da lotação de uma”, diz o autarca, que espera que “a atratividade do concelho” se mantenha em crescendo, como tem acontecido ao longo dos últimos anos, principalmente devido “ ao excelente trabalho” dos empresários do turismo e à qualidade territorial. A finalizar, garante que Odemira “é um dos mais seguros destinos turísticos do País”, pelas “suas singulares características territoriais e pela tipologia predominante das suas unidades turísticas e serviços complementares”.

 

Considerando “todas as contingências relacionadas com a pandemia”, a lotação máxima para as praias de Grândola “foi a espectável”, afirma, por sua vez, o vereador do Ambiente grandolense. Ricardo Costa diz que, apesar de as praias do concelho serem caracterizadas por grandes areais, “o que poderia ser compatível, numa primeira análise, com um número mais elevado de veraneantes”, o que está em causa são “áreas balneares e concessionadas, com equipamento e infraestruturas afetas que não têm uma utilização ilimitada, e, logo, terão de ser analisadas de acordo com as suas reais capacidades, garantido ainda todos os critérios de segurança decretados pela Direção Geral de Saúde (DGS)”. Comparativamente a 2020, a praia da Atlântica é a única que regista alterações, aumentando a lotação devido às obras de melhoramento do passadiço de acesso ao areal.

 

O autarca considera que as praias do concelho terão uma afluência muito semelhante a 2020, “senão um pouco superior”, devido a outras obras de melhoramento realizadas na Aberta Nova e Melides. E conclui: “Os vários galardões de qualidade de excelência (Bandeira Azul, Praias Qualidade de Ouro, Praia Acessível) serão motivos para que todas as praias do concelho sejam mais uma vez um destino de eleição, facto reforçado pelos vastos areais que, apesar das lotações indicadas, permitem um usufruto em segurança e compatível com todas as normas”.

 

MÉRTOLA IRÁ PROPOR REDUÇÃO DA LOTAÇÃO

 

Relativamente às praias interiores, a albufeira da Tapada Grande, na Mina de São Domingos, em Mértola, mantém os 400 banhistas; o Parque Fluvial dos 5 Reis, em Beja, os 800; e a de Santa Clara, em Odemira, uma lotação de 300 pessoas.

 

Rosinda Pimenta, vereadora da Câmara de Mértola com o pelouro do Turismo, frisa que “o número é calculado em função de toda a área da praia, não apenas do areal, e pode gerar alguns congestionamentos na proximidade da linha de água”. A autarquia irá propor, assim, uma redução da lotação para a zona do areal “para não gerar congestionamentos nem situações de atrito entre frequentadores”, acrescenta, realçando que a experiência do ano anterior indica que é necessário “fazer uma gestão rigorosa dos acessos e disposição de pessoas no areal”, estando a autarquia a acautelar as equipas e recursos necessários para o efeito.

 

A autarca diz ainda que as expectativas para a época balnear “são elevadas”. “Temos mais um ano o galardão da Bandeira Azul e de Praia Qualidade de Ouro. Mértola tem a situação de pandemia para já controlada. É, portanto, um destino seguro e tranquilo para quem procura destinos fora dos lugares de turismo mais denso ou massivo”.

 

PARQUE FLUVIAL DOS 5 REIS COM “EXPECTATIVAS POSITIVAS”

 

A vereadora do Turismo da Câmara de Beja, afirma, por sua vez, que a autarquia “confia na APA enquanto entidade com competência direta nesta matéria e que está tecnicamente habilitada para fazer essa avaliação”. E quanto à época balnear, Marisa Saturnino considera que as expectativas “são positivas, sobretudo num momento em que, após mais de um ano de muita pressão e dois confinamentos gerais, aos poucos se vai voltando à normalidade”. “Quando inaugurámos a praia [em 2020] já existia pandemia e ainda assim foi um sucesso, pois a praia insere-se num parque onde é possível fazer outro tipo de atividades ligadas à natureza”. Na época balnear de 2021 “estará ainda mais completa” devido à intervenção que está em curso e que contempla “uma maior extensão de areal; melhoria das acessibilidades; arranjos paisagísticos; e o reforço e alargamento de alguns espaços físicos e equipamentos”, diz. A praia, “totalmente acessível” e “com uma qualidade da água de excelência”, foi recentemente galardoada com a Bandeira Azul.

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