Diário do Alentejo

ADPM promove nova campanha em Moçambique

09 de abril 2021 - 22:00

Entrevista com Jorge Revez, presidente da Associação de Defesa do Património de Mértola

 

A ADPM está a promover a campanha “Ajude-nos a semear esperança em Moçambique”. Qual o principal objetivo desta iniciativa?

 

A ADPM estabelece projetos de cooperação para o desenvolvimento com Moçambique há mais de 20 anos, no distrito de Monapo, na província de Nampula, território que vive atualmente uma situação de emergência alimentar. Trata-se de um meio rural, onde as comunidades vivem de uma agricultura de subsistência, dependendo, portanto, das suas colheitas para viver. Uma vez que durante a última campanha agrícola não choveu, as sementes lançadas à terra não germinaram. Esta situação, aliada aos constrangimentos da pandemia, que tem dificultado as trocas comerciais e encarecido os produtos alimentares, leva a que milhares de famílias enfrentem, neste momento, enormes carências alimentares, recorrendo mesmo a ervas, sem qualquer valor nutritivo, como o capim, agravando os problemas de má nutrição que muitas já enfrentavam. O objetivo desta iniciativa é dar apoio imediato a estas famílias.

 

De que forma se pode contribuir e o que poderão permitir os donativos entregues?

 

Qualquer pessoa poderá contribuir, com o valor que entender. Os donativos servirão, na sua totalidade, para entregar cabazes às famílias mais necessitadas, prioritariamente com crianças no agregado familiar, cujo conteúdo incluirá sementes, de modo a que possam retomar a atividade agrícola, e alimentos de alto valor nutritivo, para poderem subsistir até conseguirem colher os frutos das novas sementeiras. A equipa local da ADPM e as associações locais encarregar-se-ão de fazer a distribuição dos bens. A ADPM garante a total transparência e eficácias na aplicação dos donativos. Para contribuir, poderão efetuar depósito para o IBAN PT50 0035 0459 00009918630 55 | BIC CGDIPTPL.

 

Qual o apelo, de solidariedade, que faz aos portugueses?

 

O apelo que deixo é que, apesar das dificuldades acrescidas que a pandemia tem trazido aos portugueses e não descartando a necessidade de ajudar a quem está mais perto de nós, não deixemos de ponderar a solidariedade para com aqueles que vivem uma realidade ainda mais árdua e aflitiva, em contextos onde a ajuda é também mais escassa e as famílias se veem, num momento como este, ainda mais desamparadas. É uma forma de dupla solidariedade em que, apesar das dificuldades que enfrentamos, somos capazes de partilhar com quem ainda tem menos ou mesmo nada.

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