“O projeto foi temporariamente suspenso em março de 2020, em resultado da pandemia covid-19, para garantir as condições de segurança e não contágio dos trabalhadores e da comunidade. Foi retomado em janeiro deste ano, com um número menor de empreiteiros e com um calendário mais longo para a conclusão do projeto, dadas as atuais exigências de segurança”, explica Kenneth Norris, administrador-delegado da Lundin Mining, empresa proprietária da Somincor.
Texto Marta Louro
Avaliado em 360 milhões de euros, valor que se mantém “inalterado”, o Projeto de Expansão do Zinco foi aprovado em 2017 e visa aumentar a capacidade de extração e processamento de zinco para 2,5 milhões de toneladas por ano, gerando uma média de aproximadamente 150 mil toneladas por ano de concentrado de zinco, num horizonte temporal de uma década. Neste momento, o projeto continua a avançar na fase de construção e comissionamento, que é essencial para o seu arranque definitivo.
“Precisamos ainda de desenvolver um conjunto de atividades que são fundamentais para que o projeto esteja 100 por cento operacional, o que inclui, entre outros, a criação do sistema de transporte subterrâneo de minério, a atualização do poço de Santa Bárbara. Destacamos como um dos principais objetivos a conclusão, este ano, da modernização da estrutura de processamento de minério que permitirá o processamento de 2,5 milhões de toneladas por ano”, diz Kenneth Norris em entrevista ao “DA”.
Segundo o administrador, “até ao momento, não se verificou qualquer produção comercial do projeto, na medida em que estamos nas fases de construção e comissionamento”. As expectativas da empresa são produzir, este ano, entre 70 e 75 mil toneladas de zinco e 35 a 40 mil toneladas de cobre, “com um pequeno contributo” do Projeto de Expansão do Zinco no final do ano. “A produção de zinco da Somincor deverá aumentar para 115 a 125 mil toneladas de zinco em 2022, à medida que o projeto avança, e produzir 145 a 155 mil toneladas em 2023, o primeiro ano completo de produção”.
Segundo a Somincor, “as novas infraestruturas no fundo da mina criadas incluem uma nova câmara de britagem no nível 260, um sistema de tela transportadora que liga ao nível 700 (onde se localiza a zona de carregamento do sistema de extração) e a melhoria do poço já existente, conjuntamente com melhorias na ventilação, bombagem e sistema de distribuição elétrica”. A maioria do minério a ser extraído pelo ZEP será retirada das áreas mais profundas do denominado jazigo do Lombador (a mais de 1.100 metros de profundidade).
“As modificações que o ZEP está a implementar ao nível da lavaria do zinco incluem um novo local de armazenamento de minério e um novo alimentador, um aumento do circuito de moagem e da capacidade de flutuação, um espessador de zinco e chumbo, filtros e uma melhoria dos serviços existentes”, acrescenta Kenneth Norris.
Tendo em conta, a suspensão temporária do projeto no ano passado, devido à pandemia da covid-19, e a “remobilização do projeto com um número menor de empreiteiros numa altura com requisitos atuais de distanciamento social e outras limitações de pessoal para salvaguardar e proteger”, a empresa espera que o “projeto esteja concluído ainda em 2021”.
Kenneth Norris já tinha revelado que a revisão em baixa das previsões de produção de cobre "não pode ser dissociada do incremento de produção" que a Somincor vai ter no que concerne à extração de zinco a partir de 2022. "Temos que olhar para esta questão de forma integrada, com uma estabilização da produção de cobre e um incremento significativo da produção de zinco decorrente da conclusão do ZEP no próximo ano".