Diário do Alentejo

Baixo Alentejo reivindica 50 milhões de investimento

04 de março 2021 - 20:00

Os municípios do Baixo Alentejo reivindicaram um conjunto de investimentos de “cerca de 50 milhões de euros” ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR),  As ‘exigências’, diz Jorge Rosa, presidente da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL), foram apresentadas no âmbito da consulta pública do PRR promovida pelo Governo, que terminou na segunda-feira.

 

Para a Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo, o PRR fica “muito aquém” do que a região aspira há alguns anos. “Temos a expectativa de que se possa incluir mais a região e resolver grande parte destas questões dentro do PRR. Trata-se de uma série de necessidades que não têm sido cumpridas e, quanto mais tempo passar, mais difícil se torna. Por isso, se o PRR tiver uma parte destas necessidades, sobretudo as principais, já seria bom para a região”, frisou o presidente da CIMBAL.

 

O Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal, para aceder às verbas comunitárias pós-crise da covid-19, prevê 36 reformas e 77 investimentos nas áreas sociais, clima e digitalização, num total de 13,9 mil milhões de euros em subvenções.

 

As “questões” às quais se refere Jorge Rosa foram avançadas em comunicado pela CIMBAL e incluem a conclusão do Itinerário Principal (IP) 8 e dos troços em falta do Itinerário Complementar (IC) 27, a modernização e eletrificação da linha ferroviária entre a Casa Branca, Beja e Ourique, assim como a ligação do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA) à albufeira do Monte da Rocha (Ourique).

 

“Uma parte” destas reivindicações já está consta do PRR, segundo a CIMBAL, que reivindicou, contudo, a necessidade de incluir “mais Baixo Alentejo” no plano, em reunião com a Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo e com os ministros das Infraestruturas e do Planeamento.

 

“Na questão do IP8, o que está contemplado no PRR é a execução [do troço de Santa Margarida do Sado] até Beja, mas nós defendemos a ligação a Espanha, por Vila Verde de Ficalho, com as mesmas características. Estamos a falar de mais 15 a 20 milhões de euros para isso”, precisou Jorge Rosa. Já na ferrovia, a CIMBAL “insistiu muito” no prolongamento da linha do Alentejo “até à Funcheira”.

 

“O projeto Casa Branca-Beja está adiantado e será realidade até 2025. Para o prolongamento da linha, nem sequer existe ainda projeto, mas o ministro concordou que faria sentido avançar com a ligação até ao Algarve e deu instruções para que se planeasse nesse sentido”, accrescentou.

 

Estes dois projetos não estão contemplados no PRR, mas, para Jorge Rosa, bastaria que fosse incluída “uma fase” dos mesmos para se ter a “garantia” de que “iriam avançar”. Quanto à ligação da EFMA à albufeira do Monte da Rocha, custaria "mais sete ou oito milhões de euros", mas iria “reforçar o abastecimento de água aos municípios mais a sul” da região e proporcionar “cerca de 2.800 hectares de novas áreas de regadio”.

 

Sobre o IC27, o presidente da CIMBAL lembrou que é uma infraestrutura “muito importante porque liga todo o interior sul do país” mas nunca chegou a ser concluída. A totalidade dos projetos para a região, entre os já incluídos no PRR e os defendidos pela CIMBAL, resultaria num "pacote de cerca de 50 milhões de euros".

 

“O Baixo Alentejo tem sido uma região um pouco esquecida pelos sucessivos Governos, talvez porque não tem um número por aí além de eleitores. Se retirarmos o Alqueva e o investimento dos municípios, ficamos com quase nada de investimento público neste território e é importante alterarmos essa visão”, concluiu.

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