Atual presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo, Roberto Grilo irá a votos no próximo dia 13. Apresenta-se a eleições como independente. E defende que as “perspetivas criadas pelas ligações rodoferroviárias en- tre Sines e Beja e a fronteira acres- centam argumentos competitivos ao Baixo Alentejo, sobretudo à medida que se consolidam os benefícios resultantes do sistema de Alqueva para a estruturação futura do setor agroalimentar, de particular relevância para a transformação económico e produtiva” da região.
No plano da infraestrutura- ção económica e logística, diz que com a sua eleição o Alentejo pode ganhar com “o aproveitamento e rentabilização económico e empresarial do aeroporto de Beja, futura criação de uma plataforma logística agroalimentar e a qualificação das áreas de acolhimento empresarial”.
O atual presidente da CCDR pretende “aprofundar as atribuições e competências” deste organismo, “não apenas em matéria de desenvolvimento económico, mas também em resposta aos desafios da sustentabilidade e ação climática, da transição digital e do ordenamento do território”.
Assim, entre as suas priorida- des está “responder às exigências do trabalho em rede com os organismos desconcentrados da ad- ministração central, criando condições para operacionalizar as apostas estratégicas do plano de recuperação e resiliência nas suas incidências regionais, com as enti- dades parceiras da sociedade civil e os municípios”.
Outra aposta é na “valorização da concertação de interesses, contribuindo para transformar políticas setoriais em políticas territoriais, nomeadamente estimulando a capacitação do nível intermunicipal e dotando as comunidades intermunicipais de competências de gestão e de engenharia de projeto que reforcem a eficácia e eficiência na afetação de recursos, em articulação com todos os municípios”.
Roberto Grilo diz que a sua candidatura se “distingue” pela experiência que ele próprio tem no exercício do cargo. Mas também “por ser independente, sem qualquer agenda partidária”, o que, sublinha, “confere maior liberdade e margem de atuação no relacionamento com os ‘stakehol- ders’ locais, designadamente as autarquias”.
“OLHOS POSTOS NO FUTURO”
António Ceia da Silva foi o primeiro a apresentar-se a votos. “Com os olhos postos no futuro”, diz pretender tornar a CCDR “atuante em todo o território” para “abrir caminho e potenciar a descoberta de iniciativas dos pequenos e micro empresário (que são imensos no Baixo Alentejo) e dos jovens empreendedores que querem criar riqueza e emprego, apontando-lhes os caminhos e as janelas de financiamento do futuro Programa Operacional (PO) Regional e das várias linhas de apoio”.
Ceia da Silva não se assume como um “homem de gabinete”, e, portanto, espera disponibilizar “bastante [do seu] tempo numa liderança colaborativa com as câmaras municipais, os empresários e os agentes do setor em todo o Baixo Alentejo”. O também presidente da Entidade Regional de Turismo diz querer “trabalhar em conjunto com as associações empresariais setoriais e multissetoriais, organi- zando anualmente roteiros para a descoberta empresarial do Baixo Alentejo” e “contribuir para a formação e dinamização de verda- deiros projetos mobilizadores que façam a diferença e alterem os indicadores de desenvolvimento”.
A “CCDR tem de ser o veí- culo da diplomacia da região, tem de ser mais ativa e menos expectante, assim como tem de estar no terreno e ser mais exigente com o Governo. Tal como a Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo (Adral), a CCDR deve ter uma grande delegação em Bruxelas que possa fazer chegar ao território fundos estruturantes e diferenciadores”, explica.
Diz Ceia da Silva que o presi- dente deste organismo “tem de ter a capacidade para falar com o primeiro-ministro, com os ministros e com a União Europeia. Temos projetos que são decisivos para o território e temos de lutar por eles”. Entre as prioridades para o território aponta a “eletrificação da linha ferroviária até Beja, tornar comercialmente ativo o aeroporto, recuperar as acessibilida- des a Odemira e transformar Sines num grande porto internacional”.