Diário do Alentejo

Roberto Grilo: "Posso ser útil ao território" alentejano

30 de setembro 2020 - 16:40

Demorou cerca de um mês a anunciar a sua candidatura. Quais foram os fatores que o fizeram decidir dar o “passo em frente”?

O principal fator é a convicção de que posso ser útil ao território, no âmbito das competências da Ccdra, para além dos incentivos muito fortes da comunidade alentejana, em especial dos autarcas, de todos os partidos e forças independentes.

 

Acha que – como diz António Costa – a eleição indireta para as CCDR é um passo no sentido da regionalização, ou, como diz o PCP, é um truque para não a concretizar?

Esta foi a metodologia que os dois maiores partidos acordaram e escolheram. Por mim, e sei que a esmagadora maioria dos autarcas do Alentejo comunga desta opinião, gostaria que se tivesse ido mais longe e estivéssemos a discutir a regionalização. Resta-me esperar que de facto este seja pelo menos um passo nessa direção e, depois de ser eleito, trabalharei para isso, dento do quadro legal das minhas competências.

 

Como é que vê o papel das CCDR no futuro? E no caso do Baixo Alentejo, quais são os investimentos públicos prioritários?

As CCDR têm desempenhado um papel crucial na promoção do desenvolvimento regional, desde logo, na definição de estratégias que apropriam nas regiões as prioridades da Política de Coesão Territorial e organizam o acesso e mobilização de recursos de financiamento. Mas assumem igualmente funções importantes em matéria de ordenamento do território, de sustentabilidade ambiental e de administração local. Esta matriz exigente de competências tem de estar sempre presente nas perspetivas de trabalho e intervenção liderantes das CCDR. O Baixo Alentejo, que inclui o Centro Urbano Regional de Beja, um conjunto de centros urbanos estruturantes e complementares e uma vasta envolvente territorial de baixa densidade, tem importantes investimentos públicos previstos no PNI 2030 (rodovia, ferrovia e acessos a áreas de acolhimento empresarial), tem uma revalorização e aproveitamento do Aeroporto de Beja referenciados recentemente pela ministra da Coesão Territorial, tem investimentos na rede de regadio e no ciclo urbano da água em alta e em baixa, entre outros, para além da alavancagem do investimento privado nos ‘clusters’ dos recursos minerais, das energias renováveis e do agroalimentar.

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