O Verão de 2020 ficará marcado pela temática da pandemia. Se por um lado o seu impacto é ainda difícil de quantificar, por outro existem já algumas mudanças de paradigma que se fazem notar. Com efeito, o turismo de sol e praia parece estar comprometido na medida em que muitos veraneantes procuram agora alternativas em locais onde o distanciamento social seja um dado adquirido.
Desta forma, os tradicionais epicentros turísticos são colocados de parte e o foco vai sendo colocado em charmosas e pequenas aldeias do interior, turismos rurais e, em particular, no segmento de aluguer de casas de férias.
PARA ONDE VAMOS ESTE ANO?
A questão colocou-se na mente de milhares de portugueses que este ano se viram forçados a repensar a forma como poderiam usufruir melhor do seu tempo e, simultaneamente, garantir a sua segurança. Á medida que se tornou cada vez mais imprescindível manter a exposição pessoal reduzida ao mínimo essencial, o interesse pelo interior do País começou a crescer.
O Alentejo, região por vezes colocada de parte nesta altura do ano e muitas vezes vista como uma opção demasiado quente e seca ganhou um novo alento, ao mesmo tempo que usufrui de uma oportunidade única para demonstrar o imensurável valor que tem como destino turístico de eleição.
Como tal, para além da já muito conhecida Costa Vicentina, também inúmeras propriedades no interior da região se tornaram apelativos para garantir que o Verão de 2020 não seria desperdiçado.
TERÁ O TURISMO NACIONAL MUDADO PARA SEMPRE?
Ainda que este crescente interesse por regiões do interior se deva a tempos excecionais, é precisamente em tempos de dificuldade que se criam oportunidades duradouras. Desta forma, terá seguramente o Alentejo argumentos mais que suficientes para ombrear com aqueles que são, por regra, os destinos turísticos de eleição dos portugueses.
Com um clima excelente, uma gastronomia riquíssima, paisagens que convidam ao descanso e a conviver com o melhor da natureza, sem esquecer a arte de bem receber do povo alentejano, faltam poucos motivos ao visitante para não voltar a considerar estas paragens no futuro.
Sendo o turismo uma área particularmente dinâmica onde o equilíbrio entre qualidade e preço define o mercado, poderemos estar perante uma nova era para o Alentejo e outras zonas do interior. Reflexo disso é a crescente aposta em requalificar muitas destas áreas e criar aqui verdadeiros focos de interesse que, aliados à sua rica história e tradição possam oferecer a quem por elas optar muito mais do que um simples destino de sol e praia tende a ter em seu favor.
Se o futuro do turismo nacional passar efetivamente por esta mudança de paradigma, os próximos anos poderão fazer destes locais outrora esquecidos verdadeiros focos de riqueza nacional piscando o olho a muitos dos estrangeiros que nos visitam anualmente.