E esta não está…
Algumas estão e outras não. Não puderam ser todas inscritas. Aquilo que está comprometido no PNI é aquilo que irá avançar. Mas voltando aos projetos, e falando do Alentejo: eu percebo o que quer dizer – e pode estar certo de que estamos bem conscientes dessa situação – existem territórios do interior com capacidade instalada, têm tecido empresarial, têm entidades do sistema científico e tecnológico que é possível alavancar com projetos mais ambiciosos, embora ainda precisem de consolidação, e estamos conscientes que são territórios mais frágeis e mais vulneráveis onde ainda não existe essa capacidade. Por isso mesmo, dentro dessa medida dos territórios mais competitivos, temos a questão da proximidade e os projetos integrados que consideramos transversais e muito importantes para o desenvolvimento desses territórios e que é desejável capacitá-los com algumas infraestruturas. Nesta revisão do PVI muitos dos projetos integrados são no Alentejo, por exemplo, a estação da biodiversidade, associada a Mértola. Criámos este instrumento para permitir tratar os territórios de forma diferente. Neste caso poderemos abrir apoios dirigidos a esse tipo de territórios.
Alqueva demorou décadas para ser uma realidade. Agora é uma mais-valia, não só para a região, mas para todo o País…
E é um dos exemplos que trouxe grande competitividade ao território.
Como é que se explica que a A26 ou a religação de Beja à Funcheira, que permitiria criar uma redundância estratégica à ligação entre Lisboa e o Algarve, estejam foram do PNI?
Eu conheço bem a realidade desses territórios – Trás-os-Montes tem números, eventualmente, mais dramáticos do que o Baixo Alentejo - mas a questão das acessibilidades tem a ver com a baixa procura. Eram ligações muito pouco utilizadas e, portanto, tem de haver aqui um compromisso entre a sustentabilidade dos investimentos e a capacidade da sua utilização e garantir uma justa qualidade de vida à população. Mas não podemos deixar de fazer esse raciocínio e foi o que acabou por acontecer. O despovoamento é uma questão transversal a toda a Europa…
Essa é a tal questão da “pescadinha de rabo na boca”: as pessoas saem dos territórios porque não têm condições, e as condições são cada vez menos porque as pessoas deixaram de lá estar…
Sim, é verdade…
Nas últimas décadas fecharam escolas, serviços públicos, centros de saúde, postos da GNR e CTT, juntas de freguesia. Numa entrevista recente o representante da Ordem dos Médicos em Beja disse que mais importante do que questões remuneratórias é a falta de condições no território e as fracas acessibilidades o que torna tão difícil contratar este tipo de profissionais para a região.
Neste caso estamos a refletir segundo os seguintes critérios. Uma coisa é o despovoamento, outra coisa é a diminuição da densidade populacional que é transversal ao País. É verdade que fecharam esses serviços, mas criaram-se nesses territórios outras dinâmicas: empresas, o Instituto Politécnico de Beja.