Diário do Alentejo

“O Milfontes não é candidato”

25 de outubro 2025 - 08:00
Vítor Franco, técnico do Milfontes, assume uma forte ambição, mas adia a conquista do título para mais tardeFoto | Firmino Paixão

O Clube Desportivo Praia de Milfontes é uma marca no futebol desta região. Uma referência de qualidade e na forma como se tem afirmado, com sustentabilidade e sem pressa em atingir objetivos diferenciados. Os adversários, porém, olham-no já como um natural candidato ao título.

 

Texto e Foto | Firmino Paixão

“O nosso lema é tentarmos sempre fazer melhor do que na época anterior”, admitiu o treinador do Milfontes, Vítor Franco. E argumenta: “Queremos fazer melhor ao nível de pontuação, melhor ao nível de vitórias, tentando sempre sermos competitivos. Se formos competitivos, com o plantel que temos, com a qualidade e as opções dos jogadores que possuímos, seguramente que iremos andar lá em cima”. Um objetivo que está sempre em aberto.

 

Um percurso sem derrotas nas primeiras jornadas do campeonato…Naturalmente que tem sido um início de campeonato positivo, atendendo a que vamos ter de jogar contra todos os adversários. Não jogamos contra os nomes, mas as equipas, quando jogam connosco, também respeitam o nome que o Milfontes já tem neste campeonato.

 

O jogo que está em atraso será frente ao Castrense. Talvez uma partida com maior exigência?Será mais um jogo de campeonato. São sempre bons jogos, são sempre partidas em que o resultado pode cair para qualquer lado. Será um jogo para disputar no final de novembro, teremos algum tempo até lá. Para já vamos focar-nos no próximo jogo, que será com o Mineiro Aljustrelense, com o pensamento, que é comum em todos os jogos, em conquistarmos os três pontos.

 

O Milfontes é candidato ao título?Não! O Milfontes não é candidato ao título. Somos candidatos a praticar um bom futebol, sermos uma equipa competitiva e no final logo faremos as contas e veremos os pontos que conseguimos conquistar.

 

Os treinadores de outros clubes incluem o Milfontes no lote dos candidatos. Argumentam que tem uma equipa com qualidade e jogadores que jogam juntos há algumas épocas…É um facto que nós tivemos poucas mexidas no plantel, que não fizemos contratações e os nossos atletas, de facto, já estão juntos há algum tempo. Mas isto é futebol e, às vezes, acontecem imponderáveis. Situações com que não contamos, como aconteceu em Pias, no jogo da Taça. Portanto, só temos de ter os pés bem assentes no chão, focarmo-nos no trabalho que fazemos durante a semana, para conquistarmos pontos em qualquer campo. O campeonato ainda está no início, será bastante longo, vamos ter de esperar para vermos o que vai acontecendo em cada jornada.

 

A classificação ainda não permite fazer projeções porque há equipas com jogos em atraso, nomeadamente a sua? Mas há candidatos já assumidos…Penso que sim, e até ao nível dos orçamentos terão de existir clubes a assumirem a sua candidatura: o Aljustrelense, o Castrense – que fez um bom campeonato na última época, tem uma equipa com atletas que já estão juntos há algum tempo e tem um bom treinador –, o próprio Moura – que se organizou bem e com jogadores de valor –, o Almodôvar, que também tem uma equipa com jogadores de qualidade. O campeonato está nivelado por cima, por isso, qualquer equipa pode andar lá pelo topo, depois, será uma questão de regularidade. Quem for mais regular será campeão.

 

O próximo jogo será em Aljustrel, um dos clubes que é sempre candidato a subir de divisão…Faremos uma gestão semana a semana, sempre com o objetivo de conquistar os três pontos. Os jogos entre as equipas do Milfontes e do Mineiro são sempre muito competitivos. O resultado pode pender para cada um dos lados. O Mineiro, em casa, é uma equipa sempre muito forte, está muito bem orientado, tem um treinador com alguma experiência, que conseguiu montar um bom plantel. Temos vindo a preparar bem esse jogo.

 

A primeira derrota da temporada aconteceu na Taça Distrito de Beja, ainda numa fase precoce da competição. O adversário foi melhor?Quando se perde por um resultado de quatro a dois, tem de existir justiça e mérito do adversário, apesar de nós termos dominado a segunda parte e criarmos duas ou três oportunidades em que podíamos ter invertido o rumo do jogo. Mas não podemos sofrer quatros golos. Se queremos andar nos primeiros lugares da tabela do campeonato distrital não podemos sofrer quatro golos como sofremos nesse jogo. A equipa adversária soube aproveitar isso e o futebol é para quem quer. O adversário quis mais do que nós. Abordámos isso internamente, porque os nossos jogadores, nesse jogo, parece-me que não mereceram vestir a camisola do Praia. Estamos a corrigir isso.

 

Tem um plantel experiente, aguerrido, com dinâmica e boa circulação de bola. São esses os grandes argumentos da sua equipa?Realmente, nós temos um plantel com muita qualidade. Temos tido alguns jogadores fora das convocatórias, que são baixas porque estão a recuperar de algumas mazelas. Mas essas virtudes que apontou, às vezes, não são suficientes para vencermos os jogos. Não basta trocarmos bem a bola e termos boas dinâmicas, temos de ser práticos e não entrarmos em campo a pensar que somos os melhores. Temos muito para corrigir e muito para trabalhar se quisermos andar lá no topo da classificação.

 

Concorda que o Milfontes já merece estar num patamar mais acima? O esforço que as pessoas fazem, a forma como trabalham e as condições que o clube tem são conhecidas de toda a gente. O Clube Desportivo Praia de Milfontes pode e irá, seguramente, andar um dia num patamar mais acima. Não sabemos se será daqui a um, dois ou três anos, mas o trabalho que é desenvolvido pelas pessoas que constituem a estrutura do clube merece tudo isso e tenho a certeza que irá lá chegar.

 

Não assume a candidatura, mas assume a melhor classificação possível e está confiante que a conseguirá?Confio muito no trabalho que os jogadores fazem, não obstante um ou outro percalço, mas estamos a trabalhar para conseguir o melhor, assentes naquilo que é a qualidade e a forma de trabalhar dos nossos jogadores. No futebol existem sempre surpresas e, às vezes não dá, é uma bola que vai ao ferro, um remate que vai ao lado, mas há que trabalhar com determinação.

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