O Campo de Jogos António Joaquim Pestana Baltazar, em Faro do Alentejo, no concelho de Cuba, recebeu um torneio amistoso e de preparação para a época desportiva 2025/2026, com a presença do clube local, também do vizinho Beringelense e do Sporting Clube Figueirense.
Texto e Fotos | Firmino Paixão
Numa altura da época em que, aos resultados, se sobrepõem os processos de construção da equipa, da criação de espírito de grupo, capacitação para os modelos de jogo e consolidação de rotinas e automatismos, o público afeto aos três emblemas que militam da segunda divisão da Associação de Futebol de Beja teve a oportunidade de vibrar com os golos, meia dúzia no total.
Todas as equipas conseguiram uma vitória e sofreram uma derrota, em jogos que tiveram a duração de 45 minutos. Um tempo, também, para estreia de equipas técnicas, Leonel Nené na formação local, João Barbeiro no regresso ao Beringelense e Nuno Martins no comando do Figueirense. Porque, efetivamente, o tempo é de ensaios, já que o início da época ainda nem está anunciado, quisemos perceber o que concluíram os treinadores destes primeiros ensaios das respetivas equipas.
Leonel Nené, técnico do Faro do Alentejo, admitiu que a sua equipa evoluiu do primeiro para o segundo jogo: “É natural. No primeiro jogo os miúdos ainda estavam um bocadinho reticentes. Estamos nas primeiras semanas de trabalho, ainda existem muitas ideias e muitas visões de jogo para assimilar. É compreensível que assim seja. Com o passar do tempo, e a característica dos adversários, os jogadores foram ganhando mais confiança e isso permitiu que se verificasse essa evolução, essa melhoria nas transições e na qualidade do passe. O que fizemos no segundo jogo está muito próximo do que queremos apresentar. Um futebol dinâmico, atrativo, com posse de bola, sem precisarmos de andar a correr muito, e com golos, porque isso é o fundamental no futebol. O futebol só existe por causa dos golos é isso que alimenta o nosso trabalho e o entusiasmo dos adeptos”. Quanto aos objetivos da época, foi claro: “Sinceramente, aquilo que a direção nos pediu foi que representássemos o clube com muita seriedade e humildade. A melhor classificação do clube neste campeonato é um quinto lugar. Pessoalmente gostava de andar mais lá por cima, discutindo lugares mais interessantes, vamos ver. A equipa é jovem, mas estamos confiantes”.
João Barbeiro regressou a Beringel, numa época em que o clube irá andar alguns meses com a “casa às costas”, a caminho de Beja. Por uma boa razão, a obras de arrelvamento do Campo dos Unidos. Num breve olhar sobre a prestação da sua equipa, afirmou: “Tivemos apenas dois treinos durante esta semana. Temos 12 jogadores novos, estamos a construir uma equipa muito jovem, com muita qualidade e agora temos de trabalhar para que as coisas comecem a correr cada vez melhor. Mas foi uma boa jornada de treino, com muito calor, os resultados pouco importam, ainda que gostemos sempre de vencer, mas o que me deixou satisfeito foi a boa entrega dos meus jogadores, trabalharam com alegria e amizade entre todos e isso foi bom para o espírito de grupo”.
Sobre as metas a atingir, João Barbeiro recorreu ao já trivial: “A ambição mede-se jogo a jogo. Só assim se poderão construir vitórias sobre vitórias”. E comentando o facto de ter de treinar e jogar em Beja, assumiu: “Quando existe vontade e muito crer não podemos pensar nessas contrariedades, temos de pensar no lado positivo. Vamos treinar e jogar em Beja, com a colaboração do município, tínhamos um dos poucos pelados do concelho e os miúdos que saem da formação já não querem jogar em pelados. Estamos felizes e vamos trabalhar para atenuar esta fase transitória”.
Ao treinador do Figueirense, Nuno Martins, revelámos aquela que tinha sido a nossa perceção de que a sua equipa foi a que teve melhor desempenho. “Concordo com essa opinião. Fomos uma equipa que tentou jogar futebol, tentámos colocar em campo os processos que trabalhamos durante a semana, mas nem sempre ganha aquela equipa que joga melhor. Temos ainda muito para crescer, cometemos alguns erros que vamos ter de corrigir e acho que estamos no bom caminho para podermos fazer um campeonato positivo”, comentou o antigo jogador do Aljustrelense.
Quanto a objetivos a atingir, foi realista: “O que temos como objetivo principal é uma classificação que nos permita ascender à divisão de honra da próxima temporada. O grupo de trabalho dá-me essa confiança, os jogadores têm uma boa margem de crescimento, por isso acredito que trabalhando bem conseguiremos atingir essa meta. Tentaremos que os processos sejam rapidamente assimilados para podermos ter os resultados que ambicionamos”.