O Sport Clube Odemirense tem a sua equipa de bilhar (pool português), formada por uma dezena de atletas, filiada na Associação Desportiva de Bilhar do Algarve e Alentejo. No último fim de semana o clube realizou uma ação de promoção da modalidade e de recrutamento de jogadores.
Texto e Foto | Firmino Paixão
Igor Camacho, membro da direção do Sport Clube Odemirense, é o capitão da equipa de bilhar do centenário clube da vila de Odemira. Foi ele o precursor da modalidade e, ainda hoje, é ele quem abre as portas da sede e apronta o magnífico salão, no primeiro andar do edifício, local com uma belíssima vista panorâmica sobre o rio Mira.
Atleta com inúmeras participações em competições e alguns títulos conquistados, precursor do processo de introdução da modalidade no clube, explicou: “Comecei por fazer aqui alguns torneios, numa primeira mesa que tinha sido adquirida, em 2014, pela pessoa que concessionou o bar da sede. Mais tarde, sensivelmente no ano 2017, fui convidado a integrar a direção do clube e como tinha vontade de fazer crescer a modalidade, porque a vila de Odemira não estava representada nas competições que já existiam no concelho, acabámos por criar a sala que atualmente existe”.
Quanto à atividade do Sport Clube Odemirense, referiu o dirigente: “Competimos na Liga Regional na Associação Desportiva de Bilhar do Algarve e Alentejo (Adbaa), mas existe igualmente um ranking individual das provas que são desenvolvidas em equipa. Para além disso, participamos, enquanto jogadores federados, nas competições individuais da Federação Portuguesa de Bilhar”.
Sobre os resultados mais recentes conseguidos pelo clube, Igor Camacho adiantou: “Esta época, em termos coletivos, foi um bocadinho mais fraca. Em anos anteriores vínhamos evoluindo, mas neste ano as coisas não correram tão bem. Em termos individuais temos alguns jogadores que têm tido mais destaque, por exemplo, o Nuno Lucas, que nesta época conseguiu o quinto lugar no campeonato de veteranos e também na Taça de Portugal”. Igor especificou: “As competições que jogamos em termos de federação são primeiramente desenvolvidas ao nível distrital e, consoante o número de inscritos, abrem-se vagas em todas as categorias para, mais tarde, participarmos nas competições nacionais”. O atleta disse também: “No pool português já tivemos dois atletas nos veteranos e depois, consoante a disponibilidade que existir, temos também atletas a disputar a Taça de Portugal. Houve um ano em que participámos por equipas, mas como não existe muita competitividade e as inscrições são caras, acabámos por optar apenas pela participação individual”.
A Federação Portuguesa de Bilhar tutela as disciplinas de carambola, snooker, pool e pool português (pt), aquela em que compete a formação de Odemira. Na última época desportiva alinharam 10 atletas em representação do Odemirense (Nuno Lucas, Igor Camacho, Rafael Lourenço, Bruno Simões, Vítor Ferreira, Rui Guerreiro, Tiago Santos, Luís Martins, Rodrigo Viegas e André Serro), embora Igor Camacho admita a dificuldade para atrair novos jogadores.
“O recrutamento nem sempre é fácil, isso, muitas vezes, passa muito pela disponibilidade dos atletas, pela vontade que têm em jogar e pelas condições que nós temos para lhes oferecer”. Ainda assim, sublinhou a evolução: “Começámos a participar nas provas da federação apenas com uma representação de dois jogadores num quadro de 20. Na última época já estivemos em maioria. Levámos 10 atletas, depois eram três ou quatro de um clube, quatro ou cinco de outro e seis ou sete de outro. Conseguimos estar em maioria. Foi uma grande evolução. Todos os anos temos vindo a aumentar a nossa representação, temos feito uma progressão interessante e isso deve-se, sobretudo, ao que estamos a oferecer aos nossos atletas”. O apoio do clube, naturalmente, é fundamental. “Sim, os principais encargos derivam das inscrições, são caras, depois temos as deslocações, alimentação, enfim, despesas correntes para as quais o clube contribui. Fá-lo atualmente, porque nem sempre foi assim”.
Quanto à expressão que o bilhar tem no Odemirense, o dirigente considerou: “Ainda tem a expressão de uma modalidade que está a dar os primeiros passos rumo à consolidação. Mas já temos uma estrutura diferente para melhor, com mais planeamento, mais organização do que no primeiro e segundo anos. Temos evoluído. Estamos no bom caminho, já ganhámos alguma notoriedade e já temos aqui boas condições: uma sala com uma mesa de bilhar – que eu fiz força para que ela cá ficasse –, temos duas para o pool pt, temos as melhores condições possíveis. Fomos os primeiros a ter um sistema de transmissão que permite acompanhar os jogos à distância e que nos foi bastante útil no período de pandemia, em que as pessoas não podiam aqui vir. O sistema permitia que as pessoas vissem os jogos a partir do bar, no rés-do-chão e, mais adiante, aproveitámos para fazer as transmissões através da rede social Facebook. Fomos pioneiros nesse tipo de transmissão”.
A ação promocional do último sábado pretendeu promover a modalidade, projetar a dinâmica do clube e mostrá-la à comunidade. “Foi um bocadinho de tudo isso”, admitiu Igor Camacho. “Principalmente, mostrar que temos a porta do clube aberta e a nossa sala de jogos disponível para que as pessoas possam aparecer, sem qualquer requisito especial que não seja a vontade de nos ver jogar, de conhecer a modalidade e até de a experimentar”, concluiu.