O Serpa sofreu, mas mereceu ganhar ao Estrela de Vendas Novas, e o Moura foi derrotado pelo Moncarapachense. O Penedo Gordo ganhou em Aljustrel e foi o “tomba gigantes” da Taça Distrito de Beja, competição em que o Castrense foi à Vidigueira eliminar o Vasco da Gama.
Texto e Foto | Firmino Paixão
O Serpa recebeu o último classificado da sua série no Campeonato de Portugal, o Estrela de Vendas Novas. Venceu por duas bolas a uma, com os três tentos apontados no segundo período de jogo. Mas os serpenses não venceram só o Estrela, derrotaram essa outra estrela que cintilou na baliza do adversário, o iraniano Alireza Alipour, guardião que, com meia dúzia de grandes defesas, evitou males maiores para a sua equipa. E mais: o Serpa teve de vencer a estrelinha que brilhou na barra e nos postes da baliza dos vendeanos. Ou seja, o Serpa (na foto) teve de superar uma constelação. Mas fê-lo com atitude, com união, espírito de equipa e resiliência. Os três pontos conquistados pela formação orientada por José Mauro Santos deixam a equipa com um pé na manutenção e a um ponto de o conseguir matematicamente. O próximo jogo será em Moncarapacho, uma partida de maior exigência, frente ao quarto classificado da série, conjunto que, no seu terreno, apenas permitiu três empates (Sintrense, Estrela da Amadora e Amora).
O Moura, depois do ponto que conquistara na jornada anterior na “Capital das Bifanas” – e mais não terá averbado, também, devido à exibição do guardião iraniano –, teve pela frente um adversário que, esperava-se antecipadamente, lhe criaria maiores dificuldades. Sofreu dois golos, um em cada metade do jogo, e deixou escapar os três pontos para a bagagem dos algarvios. Não veio, ainda, mal algum ao mundo. A luta continua. Os adversários diretos, na luta pela manutenção, também não pontuaram, pelo que a esperança mantém-se incólume. Acreditamos que, com uma ou duas vitórias, os mourenses serão capazes de emergir da zona de despromoção automática onde teimam em manter-se. Ganhar onde? Já neste domingo, por exemplo, no recinto do Comércio Indústria e, ou, na jornada seguinte, em casa com o Louletano, o que, assinale-se, também não será fácil. Mas os setubalenses estão uma posição acima da “linha de água” e, em casa, já sofreram quatro derrotas e permitiram um empate.
Uma nota também para o percurso vitorioso do Lusitano de Évora que, nesta jornada, goleou o Fabril do Barreiro e consolidou a segunda posição na tabela, a um escasso ponto de diferença do líder Amora, adivinhando-se uma intensa luta pelo triunfo na série ou, minimamente, pela segunda posição, que dará, igualmente, acesso à fase de subida de divisão. O próximo compromisso dos lusitanistas será um dérbi no terreno do vizinho Estrela de Vendas Novas.
No plano regional, cumpriu-se mais uma eliminatória da Taça Distrito de Beja, os oitavos-de-final, para sermos mais precisos. O que sobrou desta jornada desportiva não foi pouco. Foi, por exemplo, a proeza do Penedo Gordo ter ido ao Estádio Municipal de Aljustrel eliminar o Mineiro Aljustrelense. Estamos a falar da ousadia de um penúltimo classificado do campeonato, afrontar, com sucesso, o quarto classificado da prova. A diferença entre ambos é de 23 pontos, porém, essa, por vezes, é uma métrica falaciosa, como provou o conjunto que levou às lágrimas o técnico António Calatróia. Outro desfecho curioso foi o triunfo do Castrense no terreno do Vasco da Gama (confronto que se repetirá, no próximo domingo, no regresso do campeonato), afastando a turma vidigueirense do percurso desta segunda competição mais importante do calendário da Associação de Futebol de Beja.
Outros destaques foram os triunfos do Ferreirense, no terreno do líder do campeonato, o Aldenovense, e a vitória do Despertar, em Messejana. Seguirão para os quartos-de-final os primodivisionários Milfontes, Ferreirense, Despertar, Penedo Gordo, Castrense, Renascente e Almodôvar, a quem se juntará a Aldeia dos Fernandes, do segundo escalão. Os campeonatos da primeira e da segunda divisão serão retomados neste fim de semana.
