Diário do Alentejo

Tudo em aberto

31 de janeiro 2025 - 12:00
Clube de Patinagem de Beja persegue título regional no escalão sub/17Foto| Firmino Paixão

O Clube de Patinagem de Beja está a disputar a segunda fase do Campeonato Regional de Hóquei em Patins sub/17, ainda com o foco no título ou, pelo menos, na qualificação para os campeonatos nacionais.

 

Texto e Foto | Firmino Paixão

 

O campeonato foi disputado por clubes do Alentejo, Algarve e Setúbal, tendo-se qualificado para a segunda fase as formações do Clube de Patinagem de Beja, do Boliqueime, do Sesimbra e do Fabril. Depois de vencer o Boliqueime e o Fabril, a equipa bejense, que incluiu jogadores do escalão sub/15 e sub/17, perdeu em Beja (2-4) com o Sesimbra, um resultado que o técnico João Félix pretende retificar já neste fim de semana, na deslocação ao recinto dos sesimbrenses.

O técnico justificou o insucesso dizendo: “Entrámos no jogo um bocadinho nervosos, embora ao longo do jogo essa situação se tenha diluído aos poucos. Ao nível defensivo estivemos bem, excetuando alguns erros, alguns deles resultaram em golos, outro não, mas também criámos algumas oportunidades que, infelizmente, não conseguimos concretizar”. Mas isentou os atletas de quaisquer responsabilidades, sustentando: “Os jogadores fizeram aquilo que lhes foi pedido e, independentemente do resultado menos conseguido, estou contente com a prestação da minha equipa, com a forma como encararam esta partida, pela atitude que mostraram e pela forma como se esforçaram ao longo do jogo”.

Uma derrota com um sabor amargo, que o treinador pretende retificar na próxima jornada. Olhando para o percurso na fase inicial da prova e projetando o futuro, João Félix fez notar: “Conseguimos o primeiro lugar da nossa série. Agora, o primeiro objetivo passa por conquistarmos o título regional. Se não o conseguirmos, pelo menos que consigamos o segundo lugar, porque nos qualifica para os play-offs de acesso aos campeonatos nacionais”. Um objetivo que permanece incólume, aliás, um título que o clube conquistou há duas épocas, porém, o treinador lembrou: “Já passaram dois anos, a equipa é diferente, tem outros atletas, mas sentimos um pouco essa grande vontade. Vejo que os jogadores estão muito motivados para conseguirem alcançar esse objetivo, embora não sintamos isso como uma obrigação, mas como uma grande vontade, uma grande ambição de conseguirmos concretizar esse feito”.

O plantel que tem à sua disposição é o possível, referiu: “Temos jogadores sub/15 a jogar nos sub/17. Nestas idades nota-se bem a diferença na estrutura física, na força e na velocidade, mas os nossos atletas estão a cumprir muito bem, mesmo os mais novos estão bem entrosados na equipa e sempre que são solicitados cumprem com os objetivos. Quero também felicitar esses jogadores, que muitas vezes são menos utilizados, não por falta de confiança, mas por necessidade de discussão dos resultados, e dizer-lhes que a minha confiança é igual em todos eles. Acho que estão a trabalhar todos muito bem e acho que é positivo existir esta vontade de querer jogar e querer ajudar a equipa”.

Sublinhando a grande união que existe entre as diferentes equipas, João Félix reconhece que a inexistência das equipas sub/13 e sub/15 enfraquece a base da pirâmide na formação, algo que atribui ainda à ressaca dos anos de pandemia, reiterando a ideia: “Estamos a falar de uma modalidade que é muito difícil, não é uma modalidade em que o miúdo chega aqui e começa logo a jogar. Tem de trabalhar muito, tem de se esforçar bastante e o futebol acaba, também, por afastar muitos miúdos destas modalidades”. Ainda assim, destacou: “O clube, na minha perspetiva, está a trabalhar muito bem no sentido de superar estas dificuldades, está unido, tem uma equipa muito dinâmica, que se esforça para que os miúdos possam ter todas as condições. Nos últimos dois anos – neste ano até mais – estão a chegar muitos meninos à iniciação e esse será o futuro do clube. Tem de existir aí essa massa crítica nestes escalões mais novos para que se possa dar continuidade a esse trabalho, porque estamos a falar de um desporto muito técnico, muito específico”.

As dificuldades em torno dos escalões sub/17 não são exclusivas da patinagem, são transversais a todas as modalidades. Depois, alguns dos que existem são chamados à equipa sénior e, não existindo uma equipa de sub/15 à retaguarda, as dificuldades ficam mais expostas. João Félix comentou esta realidade, afirmando: “Tem de existir um esforço grande da parte dos treinadores, mas também do clube e, sobretudo, a disponibilidade dos atletas e dos pais. Temos, nomeadamente, o Santiago, que é muitas vezes recrutado para o escalão sénior, porém, mais do que este ou aquele escalão, temos de defender o clube. Mas existe aqui uma grande união entre os vários escalões, entre as diferentes equipas, no sentido de todas elas poderem apresentar em cada jogo o melhor que possuímos no clube”. Ainda assim, o clube tem atletas a trabalhar na seleção regional de sub/15, adiantou: “Temos três jogadores nesta equipa que estão também a trabalhar na seleção regional, o Diogo Zeverino, como guarda-redes, o Jorge Santos e o José Zambujeiro, que são jogadores de campo. São jogadores com grande potencial, o que nos deixa com bastante pena de o clube não ter uma equipa desse escalão para eles poderem jogar mais”.

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