Diário do Alentejo

Cumpridas quatro jornadas do “Distritalão”, o Aldenovense é o líder invicto da prova

15 de novembro 2024 - 08:00
“Candidatos? Não somos!”
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

O Clube Atlético Aldenovense é o líder isolado do Campeonato Distrital da 1.ª Divisão da Associação de Futebol de Beja. Um “estranho” na frente dos grandes candidatos? Sim, os números, para já, confirmam o mérito.

 

Texto Firmino Paixão

 

Cumpriram-se, apenas, quatro das 22 jornadas e o Aldenovense somou três vitórias e um empate. É a única equipa que ainda não sofreu qualquer derrota. Ganhou em Almodôvar e empatou em Vidigueira. Em casa, bateu o Ferreirense e o Despertar. Um sucesso assente em dois segredos, aqui revelados pelo treinador José Manuel Romaneiro, líder de um plantel com jogadores de cinco nacionalidades e alguns jovens de Vila Nova de São Bento. “Não partimos para esta época com o objetivo de sermos campeões”, garantiu o técnico. E assegurou: “Temos entrado com muita seriedade em todos os jogos, temos um grupo que trabalha muito durante a semana e os resultados que temos conseguido são exatamente o resultado desse trabalho semanal que os nossos jogadores têm vindo a realizar. Mas não há jogos fáceis”.

 

Que significado tem este primeiro lugar nesta altura do campeonato?

Estamos ainda numa altura muito precoce da época. Nós não partimos para esta época com o objetivo de sermos campeões. Temos deixado isso claro. Procuramos traçar o nosso percurso pensando jogo a jogo, procurando darmos o máximo em todos os jogos. Agora, naturalmente que se pudermos andar no primeiro lugar não queremos andar em último. Estamos a trabalhar muito com essa mentalidade, trabalhando bem e tentando contornar as dificuldades que cada adversário nos oferece. E as coisas têm corrido bem.

 

Um percurso interessante, três vitórias e um empate, a única equipa invicta…

Este é um campeonato muito equilibrado. Tenho referido isso muitas vezes. Podemos ganhar um jogo fora de casa, como, logo a seguir, podemos perder em casa. Existe um conhecimento mútuo dos jogadores de cada equipa, portanto, durante a semana, temos de preparar sempre o jogo seguinte da forma que melhor podemos e sabemos procurando dar sempre a melhor resposta. Temos uma equipa que gosta de jogar bom futebol, uma equipa que tem jogadores que gostam de ter bola, mas também temos de saber que existem momentos em que é preciso defender e outros momento para atacar. Temos momentos para sofrer, outros para desfrutar, temos de os distinguir bem. Tem sido um dos nossos segredos.

 

Não projetam ser campeões, mas a equipa técnica e os jogadores lá terão a sua ambição… Um objetivo definido entre todos?

Claro. A mensagem que tenho passado aos atletas tem sido no sentido de tentarmos melhorar o que a equipa fez na época passada. O clube fez uma última temporada muito positiva e nós acreditamos que se conseguirmos superar esses índices da última época podemos lutar por um lugar entre os primeiros seis lugares da classificação.

 

Tem um plantel multicultural. Tem sido fácil lidar com uma equipa com essas características?

Esse é outro dos nossos segredos. Temos um bom grupo. Malta que trabalha muito, que se respeita mutuamente independentemente da cultura de cada um. Existe respeito e união, e tudo isso contribui para a coesão da equipa. Mas também temos miúdos da terra que, aos poucos, vão entrando na equipa, aliás, temos feito questão de que seja assim, porque os jogadores da terra são importantes, serão eles o sustento do clube no futuro. E o nosso pensamento passa um bocado por aí.

 

Os jogadores que reforçaram o plantel foram escolhas suas?

Sim. Todos os atletas foram escolhas minhas. Muitos deles eu já tinha conhecido noutros contextos. Fomos preenchendo algumas lacunas que iam surgindo. O objetivo inicial passou por uma avaliação do trabalho que foi feito na época passada, um trabalho que foi muito bem feito pelos místeres João Portela e José Manuel Rações. Aproveitámos o que de bom estava feito e, conforme foram acontecendo algumas saídas, fomos reforçando essas posições. Foi muito por aí o trabalho que fizemos na construção deste plantel.

 

Que avaliação faz da estrutura que o clube possui e que, provavelmente, não conheceria?

O Clube Atlético Aldenovense está muito bem estruturado. Tem excelentes condições e essas são razões bastantes para que os atletas gostem de permanecer em Vila Nova de São Bento. Para além das condições estruturais, por norma, também têm muito público. A bancada completa, muitos adeptos sempre a puxar pelos atletas. Os que vivem cá também trazem as famílias, sentem uma boa dinâmica e muito carinho, como se estivessem casa. São bem tratados, sentem-se bem e dão tudo pelo clube. Temos criado um ambiente familiar para que todos se sintam bem, porque o grupo só beneficiará com isso.

 

O clube tem outras frentes desportivas. Na Taça de Honra ficou à porta das meias-finais, mas ainda virá a Taça Distrito de Beja…

Nós tivemos uma boa prestação na Taça de Honra. Queríamos chegar às meias-finais porque, como referi, os objetivos internos passam por melhorar o que foi conseguido na época passada. Tivemos prestações bastante positivas, queríamos fazer, pelo menos, seis pontos nos três jogos. Não conseguimos. Fizemos quatro, mas tivemos exibições muito positivas. O campeonato tem vindo a correr bem e na Taça Distrito de Beja será igual: melhorar o que fizemos na última época.

 

Quem elege como potenciais candidatos?

O Vasco da Gama, veio do Campeonato de Portugal e manteve praticamente a base da equipa; o Castrense, muito bem reforçado, com uma equipa técnica muito conhecedora desta realidade; o Almodôvar que, segundo o seu treinador, é candidato ao título; o Aljustrelense, que é um eterno candidato sempre que está neste patamar.

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