Será em tons de amarelo e branco que se apresentará, na próxima época, nos pavilhões da região, a novel Associação Desportiva Cubense. Os dirigentes, técnicos e jogadores representavam a secção autónoma de futsal do Sporting Clube de Cuba e decidiram criar uma nova estrutura.
Texto e Foto Firmino Paixão
“Foi uma ideia que amadurecemos ao longo dos últimos dois anos em que estivemos como secção de futsal do Sporting Clube de Cuba”, revelou António Borges, o presidente da assembleia-geral da associação, também futuro coordenador da formação e treinador da equipa sénior. O dirigente comentou: “Somos um grupo de pessoas que gosta da modalidade. Já tínhamos estado ligados à Associação Luzerna, pela qual disputámos um campeonato distrital de futsal. Mais tarde, decidimos propor ao Sporting Clube de Cuba a criação da secção de futsal. Assim aconteceu nos últimos dois anos, mas sempre com a ideia de criamos um clube que marcasse uma identidade, de uma forma singular e independente. Agora, aconteceu essa oportunidade, juntámos a nós mais duas ou três pessoas, não somos muitos, somos os que contamos, e queremos levar isto por diante”, justificou António Borges.
É sempre mais estimulante trabalhar sobre algo que é criado por nós, que tem a nossa identidade?O sentimento é diferente. Apesar de já termos alguma bagagem destes dois anos em que estivemos ligados ao Sporting de Cuba, agora sentimos que estamos a criar algo de novo, mas dominando já algumas situações pelas quais já passámos anteriormente.
O objetivo principal é disputar o próximo campeonato distrital de futsal?Sim, esse é o objetivo para a equipa sénior, mas continuaremos com a equipa de juniores que, na época passada, terminou o campeonato interdistrital (Beja e Évora) em terceiro lugar e foi convidada pela Associação de Futebol de Beja [AFBeja] a participar na Taça Nacional de Promoção, o que fizeram com uma dignidade tremenda. Neste ano vamos também promover uma escolinha de futsal, de petizes e traquinas, para começarmos a fomentar a modalidade entre os meninos e meninas da nossa terra e das redondezas.A vossa maior vantagem é o património que já possuem, os recursos humanos, uma equipa sénior e outra de juniores… Claro. A quase totalidade dos jogadores dessas equipas transita para a nova associação. Os dois treinadores também estão certificados através de formação que concluíram no ano passado através da AFBeja e, realmente, é um património que já possuímos e que, quase na totalidade, transita para a Associação Desportiva Cubense.
A ambição também transita e será crescente?Temos a ambição de podermos ver a nossa modalidade a crescer no Baixo Alentejo. O futsal é a modalidade que mais cresceu nos últimos 10 anos em Portugal, mas, curiosamente, no distrito de Beja decresceu. É esse o paradigma que queremos mudar. Mudar as mentalidades, proporcionar mais o futsal às pessoas, porque sempre tivemos gente no pavilhão a assistir aos nossos jogos e temos crianças a querer praticar futsal e a procurar um crescimento desportivo sustentado.
Como referiu, o futsal distrital fez um percurso inverso ao que aconteceu em termos nacionais. Porque será? Nesta altura até decorrem pelo distrito vários torneios populares de futsal…Realmente é um processo um bocado estranho. O futsal é uma modalidade que cresce todos os dias em todo o País e nós continuamos aqui a marcar passo. Há uns anos até já tivemos seleção de sub/20. O Desportivo da Baronia tem feito um trabalho extraordinário ao longo destes anos, com equipas de jovens até aos seniores, o Núcleo Sportinguista de Moura também já está a fazê-lo, e nós queremos seguir esses exemplos. Gostávamos de o fazer. Alguém terá de dar o passo em frente. Nós queremos fazê-lo. Gostávamos que mais gente se juntasse a nós, julgo até que, na próxima época, poderão aparecer mais três ou quatro novas equipas de seniores, mas desejaríamos que também fizessem equipas jovens.
A vossa aposta na formação é determinada?Sim, estamos determinados a criar equipas de formação. Entendemos que os jovens deverão ter uma oferta diversificada. Não podemos orientar os jovens apenas para o futebol, tem de existir maior variedade. A nossa aposta na formação é firme e estamos convictos de que vamos ser bem-sucedidos.
Em nome dessa diversidade, a Associação Desportiva Cubense promoverá outras modalidades além do futsal?Para já vamos dedicar-nos só ao futsal, porque temos esta base que trouxemos de trás. Mas, como deverá ter reparado, não colocámos a palavra futsal na nomenclatura da associação. Futuramente, com mais condições e com mais recursos humanos, pensamos acolher outras modalidades de pavilhão. Esse é um dos nossos objetivos, criarmos mais modalidades de pavilhão, individuais e coletivas. Por exemplo, nas escolas, o ténis de mesa é muito popular mas, depois, a nível federado, nesta região, não encontramos essa modalidade em grande abundância.
E os apoios? Com o que estão a contar?Temos estado a tratar do processo de filiação na Associação de Futebol de Beja, para, posteriormente, podermos celebrar algum protocolo com o município de Cuba, enquanto membros ativos do movimento associativo. Acreditamos poder contar com esse apoio, mas também nos propomos promover outras atividades que possam gerar receitas próprias, para podermos financiar as despesas inerentes à nossa atividade. Naturalmente que contamos utilizar o pavilhão municipal, o que, desde logo, é um apoio importante. Procuraremos garantir as melhores condições aos nossos atletas.