Diário do Alentejo

“Unidos contra o fogo, apoiando heróis”

16 de junho 2024 - 08:00
Festival de Artes Marciais da Fraternidade Marcial Portugal apoiou Bombeiros Voluntários de AlvitoFoto| Firmino Paixão

O 1.º Festival de Artes Marciais da Federação Marcial Portugal decorreu no Pavilhão Municipal de Alvito, com a presença de grandes “mestres” de diferentes modalidades, vindos de todo o território nacional.

 

Texto e Foto Firmino Paixão

Um festival solidário, que contou com a presença de uma centena de participantes vindos de diferentes cidades de todo o território nacional, enquadrados pelos grandes “mestre” de artes marciais, como “street defense, krav maga-combatives, kyoo soku, judo, kung fu, okinava kobujutsu, karaté shotocan e capoeira”. O festival foi organizado pela, recentemente criada, Impacto – Associação de Combatives e Defesa Pessoal, liderada pelo “mestre” Sérgio Parreira, 5.º dan em combatives-krav maga e cofundador da Fraternidade Marcial Portugal, uma extensão da Impacto que tem por missão promover a solidariedade social, ação que, desta vez, foi concretizada pela oferta de águas aos Bombeiros Voluntários de Alvito.

Sérgio Parreira revelou que o evento foi uma ideia sua. “Sou presidente da Impacto, uma associação registada e com sede em Alvito mas, ao mesmo tempo, com atividade a nível nacional. Tivemos aqui hoje a Fraternidade Marcial Portugal, formada por vários ‘mestres’ nacionais de diferentes locais. Vieram de Bragança, Aveiro, Viseu, Coimbra, Lourinhã, Alhos Vedros, Lisboa, enfim, de todo o território nacional”. Quanto ao objetivo – o lema é bem revelador: “Unidos contra o fogo, apoiando heróis” –, esclareceu: “Sabemos que os bombeiros são os nossos heróis, é por eles que chamamos quando passamos por aflições, são eles que nos apoiam e chegam rapidamente perto de nós”. Dessa maneira, o objetivo era solidário e passou por oferecer águas e/ou alimentos não perecíveis aos Bombeiros Voluntários de Alvito, para apoio ao período de verão que se aproxima e que se espera muito quente. Depois, revelou Sérgio Parreira: “Todos os ‘mestres’ se deslocaram ao Alentejo a custas próprias. A alimentação, durante o dia, fomos nós que a patrocinámos, sem o apoio de ninguém. O apoio que solicitámos foi a cedência do pavilhão municipal, pela Câmara Municipal de Alvito. O Judo Clube de Alvito e a junta de freguesia local cederam-nos os tapetes. De resto, as despesas foram suportadas por cada ‘mestre’ e o que veio de Bragança viajou 10 horas de autocarro até chegar cá”.

“Mestres” com elevada qualificação e todos eles de renome nas respetivas modalidades, muito credenciados nas artes marciais, em Portugal e no mundo. Mas até foi fácil reunir tão qualificado grupo, concretizou o fundador da Impacto: “Felizmente foi fácil. Nasci e fui criado em Évora, mas estava a trabalhar em Lisboa, e vim viver para Alvito há cerca de três meses. Já dei formação em 12 países diferentes e sou um dos cofundadores da Fraternidade Marcial Portugal. Todos estes ‘mestres’ fazem parte desta organização, portanto, foi fácil trazê-los cá. Nós apostamos e apoiamos o desenvolvimento local, acreditamos que com o turismo e através do desporto conseguiremos trazer muita gente a Alvito, que é o nosso concelho”.

A Impacto é uma associação muito recente, precisou Sérgio Parreira: “Chegámos em março a Alvito. Estive 24 anos em Lisboa, onde tínhamos uma outra associação e, uma vez aqui chegados, criámos a Impacto para a região Alentejo. O objetivo é o desenvolvimento local. Não vivo disto, sou militar, portanto, o grande objetivo que está ancorado à associação é trazer pessoas a Alvito. Um concelho com 1200 habitantes, com duas freguesias, ambas com locais de paragem da ferrovia, e acho que este território pode ter melhor aproveitamento. Acreditamos num fluxo maior de vinda de pessoas a esta terra, a este concelho, gente que promova um efetivo desenvolvimento local. A nossa função passa por aí”.

Mas, e a Fraternidade Marcial Portugal? A Fraternidade Marcial Portugal dedica-se a atos solidários, está inserida na Associação Impacto, explicou o dirigente. “A Fraternidade está reconhecida por nós, através dos nossos estatutos e do regulamento interno, e apenas com o objetivo de solidariedade. É, digamos, um braço social da Impacto, uma associação que já conta com cerca de 300 associados”.

A possibilidade de replicar um evento desta natureza passará pela eventual existência de apoios institucionais, dada a pouca viabilidade de os ‘mestres’ se deslocarem anualmente ao Alentejo a custas próprias. Porém, o gesto foi bem recebido, pelos “Soldados da Paz” da vila de Alvito, garantiu Sérgio Parreira. “Receberam bem, falei com o adjunto de comando, que nos disponibilizou uma ambulância, com dois operacionais, para apoio ao evento. Felizmente, não foi necessária, não aconteceu nada, mas estiveram cá. Outra das ideias que temos na área da nossa intervenção social passa, eventualmente, por darmos formação em defesa pessoal aos bombeiros ou às forças de segurança, gratuitamente. Sei que no Alentejo, felizmente, não têm acontecido muito agressões a bombeiros, mas em Lisboa têm sucedido. Portanto, queremos oferecer-lhes aulas de defesa pessoal”, concluiu.

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